Entre os anos de 1997 e 2010, o consumo médio mundial de refrigerante aumentou de 9,5 galões por pessoa por ano, como aponta um estudo levantado pela NCBI em 2013, cujos dados foram obtidos do Euromonitor Global Market Information Database e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os pesquisadores relacionaram esse aumento com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, que teve um impacto de 5,1 vezes no número anual de galões consumidos por pessoa em proporção ao aumento de 10 vezes no PIB.
Nesses 13 anos analisados, os Estados Unidos chegou a consumir 37,8 galões anuais por pessoa, seguido pelo México, que contabilizou 31, 5 galões de refrigerantes em 2010. O Brasil ficou em sétimo lugar no ranking de pesquisa, com 16,6 galões anuais per capita. No entanto, os números mudaram drasticamente em 2019, segundo uma pesquisa desenvolvida pela Statista. O México se manteve atrás dos Estados Unidos, enquanto o Brasil pulou para o terceiro lugar no ranking de consumo mundial.
Não é de hoje que o consumo dos refrigerantes está associado à malefícios à saúde, apesar de serem considerados seguros pela Food and Drug Administration (FDA). O hábito de tomar refrigerante regularmente está relacionado ao ganho de peso, gordura no fígado por grandes quantidades de açúcar, acúmulo de gordura bariátrica, corrosão dentária, diabetes tipo 2, aumento do risco de doenças cardíacas e até aumento do risco de demência.
Tudo isso porque, normalmente, as bebidas possuem água, adoçantes, dióxido de carbono, acidulantes, aromatizantes, corantes, conservantes químicos, antioxidantes e/ou agentes espumantes em sua composição, e que podem ter efeitos críticos ao longo de muitos anos de consumo.
A bebida do século
Foi na empresa Vess Jones em 1919, que o inventor Charles Leiper Grigg, então com 51 anos e nascido no Missouri (EUA), inventou o “Whistle”, um refrigerante sabor laranja que foi produzido e comercializado pelos Estados Unidos. Não demorou muito para que Grigg entrasse em desacordo com a Vess Jones e largasse o emprego para ir trabalhar como desenvolvedor de agentes aromatizantes para refrigerantes na Warner Jenkinson Company.
Foi lá que Grigg criou o “Howdy”, seu segundo refrigerante sabor laranja, que ele levou consigo quando saiu da Warner Jenkinson e fundou a própria empresa, a Howdy Company, junto com o financista Edmund G. Ridgway. Contudo, Grigg bateu de frente com a franquia de refrigerantes de laranja Orange Crush, que na época tinha a mesma relevância de mercado que atualmente a Coca Cola tem.
Determinado em vencer esse obstáculo, o inventor decidiu concentrar seus esforços para criar sabores de limão e lima, visto que eram ignorados pelo mercado de refrigerantes. Finalmente, em outubro de 1929 ele criou o refrigerante Bib-Label Lithiated Lemon-Lime Soda, que foi lançado 2 semanas antes da queda da bolsa de valores de Wall Street. Cerca de 6 anos depois, Grigg alterou o nome de sua criação para 7Up, que soou mais comercial e instigante para as pessoas.
Lítio e mistério
Entre os componentes originais de sua fórmula, a 7Up continha citrato de lítio, que era muito usado como estabilizador de humor nos sanatórios para tratar depressão maníaca e distúrbio bipolar. A longo prazo, foi comprovado que o uso do lítio pode afetar gravemente a função renal e cardiovascular. Além disso, pode causar desmaios, batimento cardíaco irregular, falta de ar, tonturas e até convulsões. Pelo composto químico restaurar o equilíbrio de neurotransmissores, o refrigerante chegou a ser divulgado como sendo uma “solução médica” para curar a ressaca causada pelo consumo de álcool.
Grigg nunca revelou o quanto de lítio havia na bebida, tampouco se era suficiente para causar algum efeito colateral a curto, médio ou longo prazo em seus consumidores. O inventor, no entanto, usou o início da Grande Depressão como argumento de propaganda para dizer que a bebida dava um “up” nos ânimos e no humor, fazendo uma referência aos efeitos do lítio.
Uma vez que o nome 7Up nunca foi propriamente explicado, algumas teoristas de plantão sugeriram que o 7 estava relacionado à massa atômica do lítio na Tabela Periódica. No entanto, outras pessoas apontaram que o 7 se referia aos sete ingredientes da bebida: açúcar, óleos cítricos, ácido cítrico, citrato de sódio, água cabonatada, acidulante e citrato de lítio.
Em 1948, avaliando os malefícios que o lítio poderia causar à saúde, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos proibiu o uso do componente em cervejas e refrigerantes no país inteiro, por isso o 7Up foi reformulado.
Como uma personificação do personagem Seu Siriguejo, do desenho animado Bob Esponja, Charles Grigg levou a explicação por trás do nome do refrigerante para o seu túmulo. Até hoje ninguém sabe o motivo de tamanho mistério.
Fonte: Mega Curioso.
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