Conheça as cenas estendidas do último filme do Universo Cinematográfico DC, e qual é o resultado em relação ao corte lançado nos cinemas.

Na versão para os cinemas de Esquadrão Suicida, Arlequina (Margot Robbie) e Pistoleiro (Will Smith) têm uma rápida conversa sobre derrubar Rick Flag (Joel Kinnaman), e ele responde que ela fale com os outros. Porém, a “boneca” não chega a fazer isso, pois a Força Tarefa X logo se depara com mutantes e a batalha começa. Não há esse salto brusco na versão estendida. Vemos a Arlequina conversar de fato com o Capitão Bumerangue (Jai Courtney), e eles tentam convencer o Diablo (Jay Hernandez) — sem sucesso.

A cena estendida ilustra bem as dificuldades de um grupo de criminosos se reunir. Muito embora o bando se forme, isso acontece de modo precário, devido às suas personalidades. Porém, isso também acentua um problema do filme: ao passo que a Arlequina parece muito feliz quando Flag é levado por mutantes, o Pistoleiro é enfático: se ele morrer, todos morrem. Como assim?!?!? Cinco minutos antes ele planejava matá-lo. Simplesmente não faz sentido.

Quem esperava ver mais do Coringa (Jared Leto), surpresa! O Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) é o personagem que tem o maior impacto na versão estendida. Sua introdução é mais longa, com Griggs (Ike Barinholtz) contando o dia que ele era alimentado e comeu a mão de um guarda — e então vemos a prótese do agente. Um pouco depois, a caminho de Midway City, vemos o Crocodilo vomitar durante a viagem.

Faz todo sentido por que essas cenas foram deletadas, uma vez que elas contam pouco sobre o Crocodilo e diminuem o ritmo do filme (o que é essencial, vide o próprio David Ayer). Porém, como material adicional, elas são bem válidas e agregam ao seu modo, especialmente pela ironia da primeira cena.

 Harleen Quinzel é uma psicóloga cujo passado foi pouco explorado, até na animação e nas HQs. Na versão que foi aos cinemas, ela é a surtada de sempre, com poucos momentos sérios — como aquele em que Diablo confessa ter, acidentalmente, assassinado toda a sua família, e a Arlequina compartilha com ele um momento particular seu, quando o Coringa quase morreu.

O lado médico da Arlequina é estendido numa sequência em que a Força Tarefa X cai salvar o HVT 1. Ela começa a analisar seus colegas com perguntas estranhas, com seu peculiar modo provocativo: ela pergunta se o Crocodilho iria comê-la (eita!), por que a Katana se esconde atrás de uma máscara, e segue provocando outros até o Pistoleiro pedir que ela pare com a palhaçada. Enfim, cenas bem dispensáveis, que tornariam o filme mais aleatório.

Flashback é um recurso que precisa ser utilizado com habilidade, fluidez e moderação — como nem sempre acontece em Esquadrão Suicida. Pra se ter uma ideia, a Arlequina tem dois: quando Amanda Waller conta como ela se apaixonou pelo Coringa; e o de sua transformação, quando atirada num grande tonel de produtos químicos. Pois quase houve outro, entregando mais do que muitos esperavam: Jared Leto como o Príncipe Palhaço do Crime. Resumindo a cena em questão, trata de Arlequina perseguindo o Coringa e obrigando-o a dizer que a ama, com direito a arma na testa.

 Ruim! Ou, positivamente falando, David Ayer fez bem em cortar a cena. O flashback interrompe bruscamente uma sequência, como (quase) nunca deve ser. Em segundo, pouco acrescenta, mesmo sobre o relacionamento do caótico casal, como sobre Jared Leto. Destaque para o momento em que o Coringa diz: “Eu não sou alguém que se ama. Eu sou uma ideia. Eu sou um estado mental.”, cujos conteúdo bobo e caracterização caricata exacerbam quão aquém esse Coringa está dos de Jack Nicholson e Heath Ledger.

O Esquadrão Suicida lançado nos cinemas é a melhor versão do filme. O corte estendido reúne cenas adicionais que esticam o longa-metragem sem engrandecê-lo em termos de conteúdo. Aliás, não resolve problemas fundamentais como como Amanda Waller (Viola Davis) escondeu o fato de ela precisar de resgate em Midway City e por que o coração da Magia (Cara Delevingne) foi mantido num cofre de segurança máxima e a estátua de Incubus está ao alcance de todos.

David Ayer deixou bem claro: diferente de Batman vs Superman – A Origem da Justiça que ganhou uma versão bem mais longa em Blu-ray que representa a verdadeira visão de Zack Snyder, o corte de Esquadrão Suicida que foi aos cinemas é o seu corte. Porém, como “a fluidez do filme é a grande mestre”, algumas cenas ficam “órfãs” e só chegam ao grande público quando lançadas em home video. Como acontecerá em breve.

Para saciar a expectativa dos fãs mais ansiosos, descrevemos o que a versão estendida de Esquadrão Suicida (lançada nessa semana) traz de novo. Confira acima e não se esqueça de comentar o que mais gosta — no filme lançado nos cinemas e nas cenas adicionais. 

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