De acordo com um novo estudo publicado na Nature Communications, a intolerância à lactose está associada à genética dos europeus há muitos anos. A análise foi realizada por meio da datação do radiocarbono de quase 100 restos de esqueletos antigos de assentamentos neolíticos na Suíça e revelou que os primeiros habitantes do continente europeu já desenvolviam alergia ao açúcar presente no leite e seus derivados.
Uma equipe de cientistas da Universidade de Tübingen, Universidade de Bern e do Instituto Max Planck pela Ciência da História Humana aponta que essa intolerância teve início em 2100 a.C. aproximadamente e ainda mostra uma mutação genética que é bastante frequente na Europa atualmente.
Entretanto, essa mutação está ausente em amostras neolíticas tardias e médias. Isso sugere, portanto, que a ocorrência de intolerância à lactose aumentou no final do período Neolítico e após o início da Idade do Bronze (entre 3000 a.C. e 1200 a.C.).
Foram investigados os ossos de 96 esqueletos antigos encontrados em 13 sítios neolíticos e da Idade do Bronze na Suíça, no sul da Alemanha, na região da Alsácia e na França. Os genomas mitocondriais tiveram de ser reconstruídos e comparados com quase 400 informações genômicas mantidas em um banco de dados.
A origem dos europeus
Os assentamentos neolíticos podem ser encontrados por toda a Europa Central, desde lagos e pântanos até vales alpinos e espaços de alta montanha. Entretanto, na Suíça, esse rico registro arqueológico torna o país um local privilegiado para avançar em estudos relacionados às origens dos europeus.
Durante o período neolítico, alguns estudos precedentes revelaram ao mundo que ocorreram mudanças drásticas quando os criadores de animais ovinos e bovinos vieram da estepe pôntica na atual Ucrânia. Com os novos estudos, os pesquisadores descobriram que esse grupo chegou ao continente em 2800 a.C., mas sua dispersão genética era complexa e gradual.
Dessa forma, sugere-se que as estruturas sociais e familiares permaneceram biologicamente as mesmas antes e depois que eles chegaram. Logo, conclui-se que as diferentes sociedades existentes não se misturaram. Outros testes genéticos e análises determinaram que em muitas dessas sociedades os homens ficaram onde nasceram, e as mulheres vieram de famílias distantes, mas ainda não tinham ascendência nas estepes.
Em um comunicado divulgado pelo Eureka Alert, a autora principal da pesquisa, Anja Furtwängler, do Instituto de Ciências Arqueológicas na Universidade de Tübingen, afirma que “notavelmente, nós identificamos várias mulheres sem ancestralidade relacionada à estepe detectável até mil anos após a chegada nessa região”.
Fonte: Mega Curioso
Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.