Desde o surgimento do novo coronavírus, pudemos acompanhar o rápido aumento das contaminações. Todos nós sabemos que vivemos uma pandemia da doença que surgiu em Wuhan, na China. E  por conta da sua alta mortalidade, autoridades do mundo inteiro estão em estado de alerta. Países inteiros adotaram o distanciamento social, assim como foi indicado pela Organização Mundial da Saúde. Esse é, até o momento, o melhor método para frear o avanço da doença.

Por isso, uma grande porcentagem de pessoas, ao redor do mundo, está vivendo isolada para que a disseminação do coronavírus possa ser reduzida. No entanto, essa tarefa é mais difícil do que parece, já que estamos tão acostumados com a interação social.

Essa medida é basicamente para evitar aglomerações de pessoas a fim fazer com que a COVID-19 não se espalhe ainda mais. Depois de meses em casa por conta do coronavírus alguns países começam a flexibilizar as regras do isolamento social. E as atividades começam a voltar gradualmente.

Sair de casa

O que era para ser tomado como um alívio e até mesmo uma notícia boa não aconteceu, pelo menos, não para Roberto Elias, de 46 anos. “Só de pensar em sair de casa, meu coração dispara. É como se eu tivesse me desacostumado a ver gente, movimento, e meu apartamento parece o lugar mais seguro do mundo, onde nada de mal vai me acontecer, inclusive pegar Covid”, relatou o engenheiro.

Isso que Roberto está sentindo não é uma coisa fora do comum para as pessoas que passaram muito tempo em isolamento social. “A síndrome da cabana é associada à alta irritabilidade, stress, agressividade, inquietação claustrofóbica, angústia e desconfiança quando uma pessoa fica confinada por um longo período de tempo”, explica o psicólogo, Fredy Figner.

De acordo com ele, essa síndrome não é o medo de sair de casa. Mas sim, ter uma reação negativa por ter ficado muito tempo nela. Uma comparação bastante exagerada é o mesmo que acontece com o personagem de Jack Nicholson isolado no hotel no filme “O Iluminado”.

Síndrome

A chamada “cabin fever”, em inglês, foi criada em 1900 para conseguir explicar o que estava acontecendo com caçadores, trabalhadores e exploradores no norte dos EUA. Depois que eles passavam o inverno todo sozinhos dentro de suas cabanas, eles tinham uma certa repulsa de voltar para a civilização.

A mesma coisa acontecia com aqueles que trabalhavam sozinhos nos faróis ou nos tripulantes que ficavam confinado em submarinos. O psicólogo faz questão de ressaltar que a síndrome da cabana não é um transtorno mental. Mas sim, um fenômeno psicológico histórico.

“Não é novo, mas ninguém lembra porque uma pandemia como a do novo coronavírus aconteceu há 100 anos”, disse a psicóloga e neurocientista Ana Claudia Zani.

Mas diferente do inverno ou de uma missão de submarino, a pandemia do novo coronavírus não tem uma previsão de acabar. Atualmente, a internet diminui um pouco a agressividade que as pessoas tinham antigamente, por exemplo na época da gripe espanhola, por falta de informação. Mas o que se acentua é a ansiedade pela espera de uma vacina ou uma cura.

Além disso, pelo risco de ser contaminado fora de casa ser maior, a ideia de que a casa seja um porto seguro é ainda mais reforçada. As pessoas que sofrem com síndrome também podem ter problemas de atenção, dispersão ou então o completo oposto, o hiperfoco no trabalho.

Conforme explica Ana Claudia, os sintomas da síndrome da cabana são reações espontâneas de sobrevivência. “É impossível não ter sentimentos negativos, mas somos, sim, capazes de controlar a sua intensidade”, afirma.

E para tentar amenizar essa síndrome é recomendado que se faça alguma atividade física, medite, caminhe e também sempre questione os pensamentos negativos.

 

Fonte: MSN 


Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.