Em termos de território e população, a China é sem dúvidas um dos maiores países do mundo. Mas o que pouca gente sabe é que, apesar da China existir há muito tempo, ela nem sempre foi a nação unificada que reconhecemos hoje. De fato, tudo isso mudou através do governo do primeiro imperador chinês, cuja história vamos explorar ao longo desse post.
Em 18 de fevereiro de 259 a.C., nascia um menino chamado Ying Zheng, membro de uma família real chinesa. Seu pai era o rei de um estado chamado Qin, que era um dos sete estados que integravam o território que conhecemos hoje como China. Esses sete estados batalhavam constantemente pelo controle do território chinês, de modo que esse período da história acabou ficando conhecido como o “Período dos Estados Combatentes”.
O príncipe Zheng tornou-se rei ainda muito jovem, com a idade de 13 anos. Ele governou com a ajuda de um regente até os 22 anos, quando assumiu o controle total de Qin. O rei Zheng logo estabeleceu um plano para conquistar todos os outros seis estados, numa tentativa de unir a China sob a sua autoridade. E ele realmente conseguiu! Han foi o primeiro estado a cair, seguido por Zhao, Wei, Chu, Yan e Qi. Depois de conquistar com sucesso os outros seis estados, o rei Zheng começou a governar uma China unida em 221 a.C., quando ele se declarou imperador da China. Nessa mesma época, ele passou a se chamar Shi Huang, que significa “primeiro imperador”.
Como imperador, Qin Shi Huang fez amplas reformas com o objetivo de tornar a China uma nação verdadeiramente unida. Ele reorganizou o governo em unidades administrativas e estabeleceu uma moeda comum, unidades de medida padrão e um modo oficial de escrita. Na verdade, essas reformas também tinham ao propósito de evitar que os estados conquistados continuassem a se considerar como nações independentes. O novo imperador também investiu pesado em uma nova rede infra-estrutura na China para promover viagens e comércio através da construção de uma grande rede de estradas e canais. Ele também solidificou a defesa da China contra os invasores do norte, dando início à Grande Muralha da China.
No entanto, mesmo com as importantes reformas e melhorias, Qin Shi Huang foi considerado um tirano. Isso porque ele proibiu o culto religioso em várias ocasiões, insistindo no fato de que toda a lealdade deveria ser direcionada à ele e ao seu governo. Além disso, ele queria que a história da China começasse com a sua dinastia, o que o motivou a ordenar que quase todos os livros existentes fossem queimados. Mas Qin Shi Huang não estava preocupado apenas em governar a China com mãos de ferro durante a sua vida. Devido a inúmeras tentativas de assassinato no início do seu governo, ele ficou obcecado em procurar um suposto “elixir da imortalidade” que lhe permitiria viver para sempre.
Curiosamente, apesar da sua fascinação pela imortalidade, ele também era obcecado pela vida após a morte. Tanto é que ele ordenou a construção de um túmulo do tamanho de uma pequena cidade cheio de soldados produzidos com terracota, uma espécie de argila. Ele acreditava que seria protegido na vida após a morte por esse exército.
Qin Shi Huang morreu em 210 a.C. A causa da sua morte é apontada por muitos historiadores como um provável envenenamento por mercúrio, possivelmente causado pelos tratamentos do imperador chinês que tinham como objetivo a imortalidade.