Conheça como as ideias de filósofas como Simone de Beauvoir e Angela Davis contribuem até hoje para a luta por direitos iguais entre mulheres e homens
A busca pela igualdade de gênero, a inclusão em espaços majoritariamente masculinos e a reivindicação por direitos iguais têm pautado muitas discussões políticas e sociais do século 21. Tudo isso dialoga com o movimento feminista, uma luta por equidade com décadas de história.
A partir do século 18, grandes mulheres têm produzido textos e organizado ações coletivas para clamar por seus direitos. Assim, foram criadas as diversas vertentes e linhas de pensamento da teoria feminista. Desde então, filósofas e sociólogas têm proposto ideias inovadoras para a modernização da sociedade, reafirmando a importância do feminismo na vida de meninas e mulheres até hoje.
A seguir, confira algumas dessas pensadoras e as principais reflexões que você precisa conhecer:
Simone de Beauvoir
A francesa nasceu em 1908 e foi um dos maiores ícones do feminismo. Beauvoir estudou Filosofia na Universidade Sorbonne, em Paris, e aos 23 anos virou professora de Filosofia na Universidade de Marselha, onde produziu uma série de ensaios, livros e romances sobre o papel da mulher na sociedade.
Uma das obras mais conhecidas da autora é O Segundo Sexo, onde ela escreve a famosa frase “ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Para ela, “nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”.
Ou seja, ela defende que o sexo é um fator biológico do ser humano, diferente do gênero, que é construído pela sociedade. Além disso, Beauvoir também criticou a hierarquia entre homens e mulheres e a opressão moral e religiosa imposta a ela durante a sua geração. Aos 78 anos, ela morreu de pneumonia e deixou um grande legado para gerações futuras.
Angela Davis
Nascida em 1944, Angela Davis é uma professora e filósofa socialista estadunidense que alcançou notoriedade mundial na década de 1970. Ela se destacou como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos e dos Panteras Negras, além de sua militância pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial nos Estados Unidos.
Sua luta envolve feminismo, antirracismo e anticapitalismo. Davis acredita que raça, classe e gênero são categorias que devem ser consideradas em conjunto. Para ela, apesar de vários argumentos defenderem a classe como o fator mais importante, é necessário considerar os outros aspectos para entender como, juntos, podem criar diferentes tipos de opressão.
Em seu livro Mulheres, Raça e Classe, a ativista defende que o racismo encoraja a violência sexual. Ela explica que no período da escravidão, os patrões viam os corpos das mulheres negras como propriedade e se achavam no direito de fazer o que quisessem com elas.
Judith Butler
Atualmente professora da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, Judith Butler é uma das principais autoras da teoria queer. No livro Problemas de gênero, a pensadora defende que o gênero é fluido e não binário.
Em outras palavras, ela acredita que todas as expressões de gênero e sexualidade são socialmente construídas, logo, podem mudar ao longo do tempo. Para ela, a quebra de gênero desmonta os padrões que mantêm a sociedade presa ao patriarcado.
Linda Nochlin
Em 1971, a historiadora da arte Linda Nochlin publicou o ensaio Por que não houve grandes mulheres artistas, fazendo uma reflexão sobre a presença feminina na história da arte. Para ela, as mulheres sempre fizeram parte desse processo, só não foram devidamente reconhecidas pelos seus trabalhos.
Nochlin conclui que, apesar de terem existido muitas artistas com trabalhos interessantes, não existiram “grandes mulheres artistas” por causa do contexto social no qual as mulheres se encontravam. Porém, o que surpreende a historiadora é que, mesmo assim, ainda é possível encontrar no passado tantas mulheres que se destacam nesse meio.
Nochlin argumentou que barreiras sociais significativas impediram as mulheres de seguir a carreira artística, incluindo restrições à educação nas academias e toda a estrutura romântica e elitista que exaltava a produção masculina.
Djamila Ribeiro
A filósofa tornou-se um dos nomes mais conhecidos quando se fala em feminismo negro no Brasil. Sua obra tem como objetivo orientar as pessoas sobre como não agir de forma racista, principalmente em relação às mulheres.
Sua obra Quem tem medo do feminismo negro explica de forma didática que há diversas realidades de mulheres no mundo e que a das mulheres negras deve ser vista para transformar o mundo em um lugar livre de opressão.
Chimamanda Ngozi Adichie
A escritora nigeriana ganhou espaço com o lema “todos devemos ser feministas”. Para ela, a igualdade de gênero diz respeito a todos, homens e mulheres, pois esse é um movivento libertador. Dessa forma, as meninas poderão assumir sua identidade, ignorando a expectativa alheia. Ao mesmo tempo, em sua visão, os meninos poderão crescer sem se enquadrar em estereótipos de masculinidade.
Suas principais ideias estão no livro Sejamos todos feministas, uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações. No ensaio, Adichie parte de sua própria experiência para mostrar que ainda há muito a ser feito.
Fonte: Resvista Galileu.
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