A questão racial ganhou novos ares, nos Estados Unidos, desde semana passada. Um policial branco assassinou brutalmente um homem negro chamado George Floyd, sem se importar de estar rodeado de pessoas filmando a barbárie. Desde então, diversos protestos antirracistas eclodiram nas principais cidades do país, inclusive se alastrando para outros lugares do mundo.
Em Hollywood, a questão do preconceito tenta ser abordada de maneira delicada nos dias de hoje. Isso não era bem assim no passado, quando até mesmo obras que tentavam erguer um discurso antirracista acabam por reafirmá-lo. Confira alguns exemplos:
7. O Brinquedo (1982)
Difícil acreditar que o talentoso ator Richard Pryor tenha se sujeitado a este papel. No filme, ele é um jornalista desempregado fazendo bicos em uma loja de brinquedos. Ele acaba aceitando um emprego em que seria um “amigo que vive” de uma criança rica e branca por uma semana – um escravo moderno, para deixar claro. O fedelho o humilha de diversas formas, até enfim se tornarem amigos. Ainda tem uma história bem mal contada sobre um dos fundadores da Ku Klux Klan que não faz o menor sentido.
6. Cão Branco (1982)
O filme tenta discutir o racismo, mas acaba acentuando ainda mais a questão. O tal cachorro do filme, um pastor-alemão, havia sido treinado por seu antigo dono para atacar pessoas negras – e ele promove uma matança. Ao ser atropelado por uma mulher, o cão acaba sendo levado para o namorado dela – um adestrador negro – que tenta mudar o comportamento do animal. Muda tanto que ele passa a atacar pessoas brancas. Tudo errado, tudo…
5. Mandingo – O Fruto da Vingança (1975)
O filme tenta combater o racismo ao mostrar 2 casais inter-raciais como protagonistas da história. O problema é como isso acaba acontecendo: em plena Guerra Civil, um proprietário de terra abandona a recém-esposa ao descobrir que ela não era mais virgem. Ele acaba seduzindo uma escrava negra, enquanto ela faz o mesmo com seu escravo chamado Mandingo. No final, a tal esposa alega que foi estuprada por Mandingo, com ele sendo enforcado pelo crime.
4. Dumbo (1941)
O filme é quase todo fofo, mas a sequência com os corvos é lamentável. Um deles se chama Jim, uma clara referência a Jim Crow (“corvo”, em inglês), que implementou leis de segregação racial nos EUA. Quando chegou ao streaming Disney +, a sequência foi cortada, após décadas de polêmica.
3. … E o Vento Levou (1939)
Um dos maiores clássicos do cinema também não escapa de ter um discurso pra lá de complicado. O filme mostra a Guerra Civil pelo lado dos confederados, que no fundo só queriam manter seu status pré-Guerra. Isto é: manter seus escravos e sua vidinha “perfeita”.
2. A Canção do Sul (1946)
A Disney tem histórico de polêmica com racismo, mas poucos são tão explícitos quanto este filme. A intenção é boa: mostrar a amizade entre crianças brancas e negras logo após a Guerra Civil. Porém, o filme ignora as tensões raciais da batalha e coloca os negros de forma extremamente estereotipada.
1. O Nascimento de Uma Nação (1915)
O filme é um marco na história do cinema, com suas mais de 3 horas mostrando a Guerra Civil dos EUA e o período seguinte, de reconstrução do país. Porém, na época, praticamente não haviam atores negros em Hollywood, por isso o recurso do blackface foi amplamente usado. Para piorar, a Ku Klux Klan foi mostrada de uma maneira até mesmo simpática. Ou seja, desde sempre causou muita polêmica.
Fonte: TecMundo
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