Filmes felizes são legais. Às vezes, porém, é legal assistir uns filmes que farão você se sentir um lixo. A bad pode ser difícil, mas ela precisa ser vivida em toda sua glória para poder ser superada. Fizemos uma lista de filmes para você assistir e nunca mais reclamar da vida depois.
1) O Filho de Saul
Com planos-sequência longuíssimos e poucos diálogos, O Filho de Saulconta a história de um sonderkommando (judeus nos campos de concentração chamados para realizar o trabalho sujo sob as ordens dos oberkapos) no campo de extermínio de Auschwitz que, ao presenciar a terrível morte de um menino que havia sobrevivido à câmara de gás, decide encontrar um rabino para dar um enterro digno ao garoto. Em meio a sua jornada, os sonderkommando se revoltam contra os nazistas e arquitetam uma fuga armada do campo, o que evidentemente atrapalha o plano de Saul de encontrar o rabino.
O Filho de Saul, que venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2015, possui uma história pesada – assim como toda boa história da Guerra – que deixa qualquer marmanjo de estômago embrulhado, seja pela atitude horrenda tomada pelos próprios sonderkommando, seja pela sufocante cena final (o filme inteiro é incrivelmente tenso e te deixa sem fôlego, principalmente pelo plano escolhido para a filmagem, mas a cena final especificamente te deixa meio perdido). Ao final do filme, a bad será tão grande que você não vai nem saber onde está.
2) Crash – No Limite
O vencedor do Oscar de melhor filme em 2006 narra histórias conectadas entre si envolvendo tensões entre cor, gênero, status social e religião. Você assiste e fica revoltado com as situações, principalmente a que envolve um policial ultrarracista. Porém, ao final, você percebe que é exatamente isso que o filme quer expressar: você é mais preconceituoso do que pensa. Ao notar-se isso, a bad bate muito forte. Muito forte mesmo. Tipo, muito forte.
3) A Escolha de Sofia
Com a Rainha Suprema do Universo, Meryl Streep, A Escolha de Sofia é o filme que nenhuma mãe deve assistir. Capturada pelos nazistas, Sofia é obrigada a escolher, entre sua filha e seu filho, qual será forçado a trabalhar e qual será morto numa câmara de gás. Não há negociações ou terceiras opções dispostas: apenas um dos dois pode sobreviver e, se ela se negar a escolher, ambos morrem. É difícil descrever os seus sentimentos quando o filme termina, de tão absurdo, revoltante e triste que é. Tão triste que te fará nunca mais reclamar da sua mãe quando ela diz que você não pode ir ao rolê sábado à noite (estamos de olho).
4) Filth
A sinopse faz o filme parecer estúpido – um policial viciado em cocaína e sexo está disposto a fazer qualquer coisa (e quando digo qualquer coisa é qualquer coisa mesmo) para ganhar uma promoção. Porém, conforme o filme passa, o enredo vai tomando proporções inacreditáveis e possui uma reviravolta tão impressionante que te dará vontade de sair correndo pela casa.
O que nos interessa, que é te deixar numa bad completa, é o final. Não vou contar como é, pois é realmente bem trágico, mas o último discurso do protagonista – que é interpretado por James McAvoy, que, aliás, está excelente neste papel – te faz ficar introspectivo. Caso alguém se identifique com o monólogo, recomendo procurar ajuda médica. Uma dica: não leve o filme a sério, até porque ele mesmo não faz isso.
5) Oldboy
O filme coreano favorito dos estrangeiros possui sarcasmo muitas vezes até ofensivo e uma história tão boa que te faz refletir sobre o que é bom cinema. “O que há de tão ruim nesse filme que vai me deixar na bad? ”, você pergunta, e eu te respondo: reviravoltas, reviravoltas, reviravoltas. Uma pior do que a outra, te deixando pior progressivamente. No início, o filme aparenta não ter nada de especial, mas, depois das duas horas de enredo, sua inocência morrerá.
6) A Ponte
Pessoas sofrem sem que os outros percebam. Talvez você seja uma dessas pessoas e os outros não estejam percebendo. A Golden Gate Bridge, em São Francisco, é o principal destino para suicídios do mundo (falando assim, até parece que estamos promovendo o lugar para o seu suicídio), e este documentário de 2006 mostra isso. Filmado durante o ano de 2004 inteiro, ele registra, por meio de câmeras escondidas, 23 suicídios na ponte, incluindo depoimentos de amigos e parentes daqueles que perderam a vida.
7) Shame
Este pesadíssimo e imersivo drama de Steve McQueen coloca você na pele de Brandon, interpretado pelo (ma-ra-vi-lho-so) Michael Fassbender, um viciado em sexo que possui uma vida cuidadosamente privada, voltada somente para a sua satisfação. Essa rotina libidinosa é interrompida com a chegada de sua irmã, Sissy, vivida por Carey Mulligan. O roteiro é pesado e mantém um ritmo lento e sufocante, até revoltante em alguns momentos.
8) Locke
Tom Hardy é conhecido por seus papéis em filmes eletrizantes como Mad Max: Estrada da Fúria e A Origem. Mas muitos não conhecem seu incrível potencial como ator de drama, comprovado em Locke, um filme em que o único ator que aparece em tela é Hardy e o único ambiente é seu carro.
Locke é um engenheiro que, ao voltar de um estressante dia no trabalho, precisa resolver diversas situações aparentemente sem resolução e (sem spoilers) trágicas. Pode parecer chato para alguns, mas os diálogos são excelentes e a atuação de Hardy é fantástica. A carga emocional colocada sobre suas costas é manejada com perfeição. De todos os filmes dessa lista, este é o que tem o final menos amargo.
9) Moonlight
Este é um filme que fará sua mãe chorar horrores no final. O vencedor do Oscar de Melhor Filme de 2017 conta a história de um negro, gay e pobre vivendo nas comunidades de Miami, tendo que superar sua mãe viciada e o bullying nas escolas. O protagonista, Black, é uma pessoa sem perspectiva de felicidade na vida e o filme deixa isso bem claro. Sem nenhum falso heroísmo, melodrama ou história inspiradora de superação, Moonlight fará você ficar na bad eterna.
Fonte: Mundo Estranho
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