Na última semana, J.K. Rowling divulgou quatro contos sobre a história da magia na América do Norte, como uma preparação para Animais Fantásticos e Onde Habitam – filme spin-off da saga Harry Potter, roteirizado pela autora – que se situa nos Estados Unidos e chegará aos cinemas em novembro.
Os textos intitulados “História da Magia na América do Norte” estão disponíveis no site Pottermore, inclusive, traduzidos para o português.
Confira abaixo um resumo de cada um dos contos e se prepare para a estreia de Animais Fantásticos e Onde Habitam!
Primeiro Capítulo: Século XIV – Século XVII
O primeiro conto divulgado explica a migração de bruxos e trouxas para a América do Norte, do século XIV ao XVII. No texto, publicado no Pottermore, J.K. Rowling explica que os bruxos sabiam da existência do “Novo Mundo” desde a Idade Média, ou seja, muito antes dos exploradores trouxas europeus, tanto por conhecerem outros meios de viagem mágica, como vassouras e aparatação, quanto também por terem visões e premonições.
A autora conta que, em qualquer comunidade mágica, a proporção entre bruxos e não-bruxos era consistente e as atitudes dos não-majs (termo americano para os “trouxas” e “não-bruxos”) era a mesma. Entre os indígenas norte-americanos, alguns bruxos eram aceitos e até considerados xamãs por seu poder de cura ou por serem ótimos caçadores. Outros, porém, foram estigmatizados por aquelas tribos que acreditavam que eles estavam possuídos por espíritos maléficos. Uma lenda dizia que os animagos, conhecidos como “andarilhos de peles” – bruxos malígnos que podiam se transformar em qualquer animal -, sacrificavam parentes para obter poderes de transformação. Os rumores eram inventados por não-majs que fingiam ter poderes mágicos. Na verdade, a maioria desses animagos se transformava em animais para escapar de perseguições ou caçar para as tribos.
Rowling também aponta que a principal diferença entre bruxos europeus e norte-americanos é o uso de varinha. Os indígenas da América não usam varinha – item inventado na Europa – e como produzir feitiços e transfigurações é muito difícil sem ela, esses bruxos foram a melhor demostração de feito de alta complexidade com as mãos.
Segundo Capítulo: Do século XVII em diante
O segundo conto retrata a América do século XVII em diante e explica que o Novo Mundo era um ambiente mais hostil para bruxos e bruxas do que a Europa. Mesmo que os bruxos indígenas acolhessem seus irmãos imigrantes, fugidos da Europa, os recém-chegados precisavam se virar para desvendar plantas mágicas desconhecidas para preparar poções; sem contar que ainda não havia um artesão de varinhas estabelecido, e a Escola de Magia e Bruxaria de Ilvermorny, na época, não passava de uma cabana rústica com dois professores e dois alunos.
As guerras dos imigrantes não-maj com a população indígena prejudicou a unidade da comunidade mágica e, em contra-partida, os europeus trouxas também se tornaram intolerantes a qualquer sinal de magia, fazendo acusações de ocultismo, baseados em meras evidências. Além disso, existiam os Purgantes, bruxos mercenários de diferentes nacionalidades que formavam uma força-tarefa destinada a caçar não apenas criminosos mas qualquer um que rendesse algum ouro. Sem um governo bruxo definido e sem leis, esses magos derramavam sangue, torturavam e traficavam outros bruxos, e ainda faziam membros da comunidade trouxa que não-majs inocentes eram bruxos.
Com os famosos julgamentos das bruxas de Salém, tais Purgantes aproveitaram para se fazerem de juízes puritanos, condenando bruxos, inocentes de seus crimes, e não-majs que, infelizmente, se envolveram pela histeria e sede de sangue. Além da perda de inúmeras vidas, Salém fez com que muitos bruxos fugissem da América e outros desistissem de se estabelecer por lá. Assim, famílias de sangue puro raramente partiam para o Novo Mundo, aumentando a porcentagem de bruxos nascidos trouxas lá. Mesmo que alguns deles buscassem formam famílias inteiramente mágicas, a ideologia do sangue puro, muito forte na Europa, ganhou menos impulso na América.
A principal consequência dos julgamentos foi a criação do Congresso Mágico dos Estados Unidos da América (conhecido pela sigla MACUSA) em 1693, com leis próprias para a comunidade bruxa norte-americana. Sua primeira tarefa foi julgar os Purgantes que traíram a própria raça. Entretanto, vários deles fugiram da justiça, desaparecendo entre os não-majs e transmitindo para seus descentes – mágicos ou não – a convicção de que magia era real e que bruxos deveriam ser exterminados. Por esse motivo, históriadores acreditam que os não-majs americanos são mais difíceis de enganar e ludibriar do que outras populações, repercutindo na maneira como a comunidade mágica dos Estados Unidos é governada.
Terceiro Capítulo: A Lei Rappaport
O terceiro conto divulgado por Rowling explica como foi criada a Lei Rappaport, que segregou as comunidades bruxa e não-maj, depois que ocorreu uma quebra de sigilo originada no MACUSA. A filha do Chanceler do Tesouro e Dragotes (uma espécie de Secretário do Tesouro Nacional) – homem de confiança da presidente do Congresso Mágico, Emília Rappaport – era muito bonita mas bastante ignorante, tanto que praticamente não realizava nenhuma magia. Dorcas Twelvetrees, como era chamada, apaixonou-se por um belo rapaz não-maj chamado Bartolomeu Barebone, sem saber que ele era descendente de um Purgante e acreditava que os bruxos eram malígnos.
Inconsciente do perigo, Dorcas respondeu às “perguntas inocentes” do rapaz e revelou o endereço secreto do MACUSA e de Ilvermorny, deu informações sobre a Confederação Internacional dos Bruxos e explicou como essas instituições protegiam e ocultavam a comunidade bruxa. Bartolomeu, então, roubou a varinha dela e mostrou a vários jornalistas, imprimiu folhetos com endereços de onde bruxos socializavam e enviou cartas a trouxas influentes. Além disso, o rapaz disparou contra o que acreditou ser um grupo de bruxos. Na verdade, eram simples não-majs e ele foi preso por seu crime, pela própria comunidade trouxa, sem que o MACUSA precisasse se envolver. Praticamente todos os que compartilharam informações de Dorcas tiveram sua memória apagada, entretanto, o vazamento foi grave e seus efeitos foram sentidos por anos. A jovem Twelvetrees, por sua vez, ficou presa por apenas um ano e, profundamente traumatizada e desrespeitada, terminou os seus dias reclusa.
A Lei Rappaport foi estabelecida, impedindo que bruxos e trouxas estabelecessem amizade e se casassem, e os não-majs foram, cada vez mais, vistos como inimigos. Isso fortaleu ainda mais as diferenças entre as comunidades bruxas americana e europeia.
Quarto Capítulo: A comunidade bruxa norte-americana na década de 1920
O quarto conto divulgado por J.K. Rowling revelou como estava a comunidade bruxa depois da Primeira Guerra Mundial, que tiveram grande participação de bruxos norte-americanos, que lutaram ao lado de não-majs e contra outras facções mágicas. Esse esforço conjunto não foi o suficiente para mudar a Lei Rappaport, instaurada pelo MACUSA, que punia severamete quem violasse o Estatuto Internacional de Sigilo. Além disso, o Congresso ficara mais intolerante diante de fenômenos mágicos como fantamas, poltergeists e criaturas mágicas, pois eles representavam o risco de alertar não-majs sobre a existência de magia. Por isso, na década de 20, os bruxos americano já estavam acostumados a viver em um sigilo maior do que os europeus e casar-se somente entre si. Inclusive, a quebra de sigilo cometida por Dorcas Twelvetrees havia gerado a gíria “um dorcas”, que significava ser uma pessoa incompetente ou idiota.
A autora também explica que, após uma grande rebelião em 1892, a base do MACUSA teve que ser realocada pela quinta vez em sua história, indo de Washington para Nova York, onde permaneceu durante os anos 20. Ela também diz que a Escola de Magia e Bruxaria de Ilvermorny prosperava há mais de dois séculos e já era considerada um dos maiores estabelecimentos de educação mágica no mundo. Como todos os bruxos norte-americanos já faziam uso da varinha, no fim do século XIX, foi estabelecida uma legislação que determinava que cada membro da comunidade mágica dos EUA tivesse uma “licença de porte de varinha”, para que toda atividade mágica fosse monitorada. O continente americano tinha quatro grandes artesãos de varinhas – cujo trabalho é exemplificado no texto -, diferentemente da Grã-Bretanha, onde Olivaras era considerado imbatível.
Outra diferença entre os bruxos americanos e os não-majs era o consumo de álcool, permitido pelo MACUSA e proibido pelas autoridades trouxas na década de 1920. Enquanto alguns críticos argumentavam que os cidadãos mágicos se destacariam entre não-majs sóbrios, a então presidente, Madame Serafina Picquery, alegava que “a birita é inegociável”.
Veja o trailer de divulgação dos contos:
E aí, animados para Animais Fantásticos e Onde Habitam?
Fonte: Adoro Cinema
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