Na exposição que celebra os 80 anos do artista, completados em 2016, os visitantes poderão conferir obras que retratam diversas fases da história de J. Borges com os temas ‘No Tempo da Minha Infância’, ‘Na Minha Adolescência’, ‘Vendendo Bolas Dançando e Bebendo’, ‘Serviços do Campo’, ‘Cantando Cordel’, ‘Plantio de Algodão’, ‘A vida na Mata’, ‘Plantio e Corte de Cana’, ‘Forró Nordestino’, ‘Viagens a Trabalho e Negócios’.
“Estou muito alegre com essa exposição sobre os meus 80 anos. Eu ainda quero viver bastante. O que me inspira é a vida, é a continuação, é o movimento. É aquilo que eu vejo, aquilo que eu sinto”, afirma J. Borges. Com curadoria de José Carlos Viana e Marcelle Farias, a exposição reserva um lugar especial para a poesia popular com um espaço dedicado à literatura de cordel.
Cordelista há mais de 50 anos, os versos de J. Borges tratam do cotidiano do agreste, acontecimentos políticos, fatos lendários, folclóricos e pitorescos da vida. A mostra trará ainda obras assinadas por J. Miguel e Manassés Borges, filhos e aprendizes do artista além da exibição de uma cinebiografia sobre vida e obra do artista, assinada pelo jornalista Eduardo Homem.
J. Borges desenha direto na madeira, equilibrando cheios e vazios com maestria, sem a produção de esboços, estudos ou rascunhos. O título é o mote para Borges criar o desenho, no qual as narrativas próprias do cordel têm seu espaço na expressiva imagem da gravura. O fundo da matriz é talhado ao redor da figura que recebe aplicação de tinta, tendo como resultado um fundo branco e a imagem impressa em cor. As xilogravuras não apresentam uma preocupação rigorosa com perspectiva ou proporção.
A originalidade, irreverência e personagens imaginários são notáveis nas suas obras. Os temas mais populares em seu repertório são o cotidiano da vida simples do campo, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, enfim todo o rico universo cultural do povo nordestino.