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Benjamin

Postado por Redação Instituto Pinheiro em 06/02/2019 - 14:16:32

Falta de leis que defendam os animais, precariedades dos abrigos e questões como eutanásia, sacrifício e qualidade de vida são discutidas em Benjamin, espetáculo de teatro inspirado na relação do dramaturgo armênio Arthur Haroyan com seu cachorro, Raffi

 

O espetáculo mais recente do grupo ARCA conta a história de Benjamin (Mário Goes), vira-lata que promove mudanças profundas na vida de Berta (Júlia Marques), mulher que o adota após ser traída pelo marido, Noah (Lisandro Leite), durante sua lua de mel em Istambul.

 

Com a chegada de Benjamin, o público passa a assistir a visão que Berta projeta sobre o animal. Nele, Berta vê um ser humano ideal, que é cuidadoso, otimista, poético, respeitoso e companheiro, tornando-se assim uma metáfora que ilustra sentimentos verdadeiros e o amor genuíno, muito presentes no comportamento dos cachorros.

 

Quando Noah reaparece, Benjamin logo passa a ser assistido pelo público sob a ótica do homem, tomando então uma forma não apenas animalizada, mas triste e solitária, já que o cachorro é menosprezado por ele. “Berta enxergava em Benjamin algo que devia existir nos seres humanos, mas normalmente não existe. Já Noah traz uma outra camada, e logo o assunto central da peça se torna a confiança traída, o abandono e os maus tratos aos animais”, conta Arthur, que também assina a direção da trama.

 

Benjamin, que até então interagia, conversava e até dançava valsa com Berta, é deixado de lado, perdendo sua voz e todas características que a relação com a mulher o conferiam. “Benjamin sofre questões ligadas à indiferença do ser humano, tornando-se assim um representante de vários outros animais que passam por situações semelhantes”, completa o artista.

 

A encenação da peça é realista, exceto pela própria composição do personagem canino, que ganha um figurino futurístico alterado de acordo com a mudança de olhares dos humanos sobre ele. Apesar de não haver nenhum indicativo exato sobre o tempo em que a peça se passa, Benjamin tem ambientação inspirada nos anos 40, com referência ao cinema mudo, à filmografia de Charlie Chaplin e a estrutura do jogo de xadrez, com peças brancas e pretas que se colidem e se misturam durante a partida.

 

“O cenário é composto por muitos elementos geométricos e brancos, que vão tomando outras cores após a entrada de Benjamin e mudam novamente depois do retorno de Noah”, conta Arthur. O dramaturgo e diretor explica que a chegada de Noah ‘suja’ o ambiente, como se ele trouxesse uma atmosfera venenosa e pesada a um espaço que havia sido colorido por Benjamin.

Data: 06/02/2019 até 28/02/2019
Horário: 21:00
Quando: Quarta e Quinta
Valor: R$ 40,00
Site/E-mail: www.viga.art.br
Fonte: Dica de Teatro
Local: Teatro Viga Espaço Cênico
Endereço: Rua Capote Valente, 1323 - Pinheiros
Telefone: (11) 3801-1843

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