Seguindo a linha de autoficção do uruguaio Sergio Blanco, um dos mais importantes dramaturgos latino-americanos contemporâneos, “A ira de Narciso” é um monólogo em primeira pessoa que relata a permanência do autor em Ljubljana, maior cidade da Eslovênia. No país europeu, o autor foi convidado a dar uma palestra sobre o famoso mito de Narciso, personagem da mitologia grega.

 

Tendo como ambientação única o luxuoso quarto 228 do hotel onde Blanco hospedou-se, o texto apresenta os últimos preparativos desta conferência ao mesmo tempo que revela os diferentes encontros com um jovem esloveno que acabara de conhecer.

 

A partir da descoberta de uma mancha de sangue no carpete, o relato da viagem profissional e dos encontros amorosos dá lugar a uma intriga policial obscura e inusitada. Alternando sutilmente narração, palestra e confissão, o espetáculo é uma jornada fascinante e arriscada que conduz o espectador em um confuso labirinto do eu, da linguagem e do tempo.

 

Gilberto Gawronski, sob direção de Yara de Novaes, encabeça a montagem brasileira idealizada por Celso Curi, que também assina a tradução do texto.

 

“A ira de Narciso” estreou no Festival de Curitiba em abril de 2018 e desde então fez mais de 30 apresentações em três temporadas na cidade de São Paulo (SESC Pinheiros, Oficina Cultural Oswald de Andrade e Teatro Sérgio Cardoso). A montagem também esteve no interior paulista (Rio Claro, Bauru, Jundiaí e Campinas) e festivais (FIT Rio Preto, Tempo Festival, Fentepp e Mix Brasil).