No dia 4 de junho, a artista visual Sandra Antunes Ramos inaugura a mostra “Costuras”, na Mul.ti.plo Espaço Arte. A individual reúne cerca de 30 pinturas em pequenos formatos, que misturam tinta a óleo e costura sobre papel. Nas obras, Sandra trabalha tanto a questão pictórica, com blocos de cor, sua marca registrada, como rompe com isso, com linhas fluidas costuradas, que remetem ao corpo feminino. São obras delicadas, tanto no formato quanto no acabamento, que tentam equilibrar o geométrico e o orgânico, a rigidez e a fluidez. A mostra fica em cartaz até 11 de julho.
Sobre o papel, base conceitual do trabalho da artista, Sandra utiliza folhas de ouro, chapas de cobre e latão, tinta a óleo, tinta acrílica metalizada, caneta metalizada, cera para dourar e linhas metalizadas, material que a artista garimpa em suas viagens. As pinturas, em média de 21 x 21 cm, são, em sua maioria, quadradas e dividas em três planos. O primeiro, mais pictórico, pintado a óleo, carrega certa profundidade. O segundo é composto por um traçado de linhas que formam uma renda geométrica, que parecem pular para fora do papel. E, por fim, unindo esses dois planos antagônicos, como numa sutura, rompem traços orgânicos de estudos que a artista realiza há anos a partir da observação de modelo vivo em movimento.
Uma das características da obra de Sandra Antunes Ramos são ospequenos formatos. “Essa escala me é familiar e faz muito sentido para o meu trabalho, pois é a escala da mão, da mão que borda, da mão que pinta, da mão que colore compulsivamente até obter uma camada uniforme, quase contrária ao que o material inicialmente propõe”, explica a artista, que abdica do pincel. “Eu pinto com os dedos. O material mais forte que uso é o bastão oleoso, que espalho com a mão”, revela Sandra. Pequenas e delicadas, as pinturas da artista resultam de um processo de fazer lento e minucioso. “O papel é mais frágil do que a tela. Além disso, uso papéis finos, transparentes, que marcam, vincam, reagem mais. A tinta a óleo, mesmo no papel, demora muito para secar e uso diversas camadas. Depois vem a costura, que é lenta também”, explica Sandra.
Abertura: 4 de junho de 2019 (terça-feira), às 19h.
Visitação: de 5 de junho a 11 de julho, de segunda a sexta, de 10h às 18h30; sábado de 10h às 14h.