Num diálogo entre o passado e o presente, o espetáculo discute a violência contra a mulher e evidencia como a voz feminina (em especial a da mulher negra) é historicamente silenciada dentro de uma sociedade machista e de mentalidade escravocrata. A coreógrafa e intérprete Jaqueline Elesbão costura uma narrativa essencialmente visual, quase sem palavras, que apresenta uma série de imagens e referências históricas. Em cena, a artista traz objetos como uma máscara de flandres – usada durante o período de escravidão brasileiro, para impedir que servos ingerissem alimentos e bebidas, e lembrada na imagem da serva Anastácia, submetida a sessões de tortura enquanto o artefato lhe cobria a boca. Alternando-se entre as figuras de vítima e algoz, Elesbão também expõe elementos religiosos e indumentárias femininas, como o sutiã e o salto alto, símbolos de liberdade e amarra do corpo da mulher.
Horários
Sábado às 19h00, Domingo às 16h00