Entenda por que o dentista Joaquim José da Silva Xavier lutou pela independência do Brasil, foi esquartejado em praça pública e se tornou Patrono da Nação Brasileira

 

No feriado do dia 21 de abril, um dos maiores nomes da história do Brasil é celebrado: Tiradentes. Esse foi o apelido dado a Joaquim José da Silva Xavier, que, como você pode imaginar, foi dentista, além de ter exercido outras profissões, como a de minerador, comerciente e alferes da cavalaria de Dragões Reais de Minas, a força militar atuante na Capitania de Minas Geras e subordinada à Coroa Portuguesa.

 

Entre tantas carreiras, o que tornou Tiradentes um herói nacional foi o fato de ter sido um dos líderes da Inconfidência Mineira, movimento contra os impostos exacerbados no Brasil que durou de 1789 a 1792.

 

Contexto histórico

 

Tiradentes nasceu na cidade de Ritápolis, Minas Gerais, no ano de 1746. Em pleno período colonial, o Brasil gerava muitos lucros à Coroa Portuguesa através da exploração do ouro mineiro, que era totalmente destinado à metrópole. Além disso, ainda eram cobrados altos impostos da população. O quinto, por exemplo, equivalia a cerca de 20% do total de ouro extraído.

 

Com o passar do tempo, a capacidade de mineração foi diminuindo — e a arrecação de impostos passou a aumentar. Em 1788, Portugal nomeou o 6º Visconde de Barbacena como governador da capitania para promover a derrama, ou seja, a cobrança obrigatória dos impostos atrasados sobre a extração do ouro, o que permitia, incluisive, que oficiais confiscassem bens materiais dos devedores.

 

Inconfidência Mineira

 

Intelectual, Tiradentes se inspirou nas ideias de revolucionários iluministas e na independência dos Estados Unidos. Seu objetivo era libertar o país do domínio português e o povo da opressão. Assim, juntou-se a padres, coronéis, poetas e advogados, para planejar um motim contra a metrópole.

 

O movimento, chamado de Inconfidência Mineira, eclodiu quando um membro do grupo, Joaquim Silvério, traiu a organização. Joaquim devia 700 contos ao rei de Portugal e, para ter a dívida perdoada, denunciou o plano às autoridades.

 

Devido ao seu espírito de liderança, Tiradentes foi considerado o mais radical do grupo, tendo planejado até o assassinato do Visconde de Barbacena. Além disso, ele foi o único dentre os inconfidentes a assumir a participação na conspiração.

 

Presos, todos os inconfidentes aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Como pena, todos eles foram acusados de traição. No dia 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado, decapitado e esquartejado em praça pública como exemplo para toda a população. Acredita-se que antes de morrer, Jooaquim da Silva Xavier disse: “Jurei morrer pela independência do Brasil, cumpro a minha palavra! Tenho fé em Deus e peço a Ele que separe o Brasil de Portugal.”

 

A partir daí, ele passou a ser um ícone da liberdade e da independência brasileira. Seu nome, inclusive, consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, um memorial cívico que homenageia grandes personagens da história do país. A iniativa de tornar feriado nacional o dia 21 de abril veio em 1965, quando o presidente marechal Castelo Branco sancionou a Lei Nº 4. 897, instituindo também que Tiradentes é Patrono da Nação Brasileira.

 

Fonte: Revista Galileu


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