Com o avanço da pandemia de covid-19 e o isolamento social, comparecer à terapia uma vez por semana foi mais um dos muitos compromissos riscados na agenda. A solução foi transferir as sessões do prédio comercial para dentro de casa – do paciente e do profissional.

 

Isolar-se pode desencadear crises de ansiedade e depressão ou agravar o problema. “Não tem como ficar sem terapia durante a quarentena”, diz a universitária Maria Figueiredo. Por conta disso, psicólogos e terapeutas agora batem ponto no celular de seus pacientes uma vez por semana como uma forma de não interromper o tratamento.

 

“Com a pandemia, passei a atender só virtualmente. Mas comecei a usar online há tempos, quando percebi que essa forma de atendimento tem um alcance maior do que o presencial, principalmente com brasileiros que moram no exterior”, diz a psicóloga clínica Marcela Pavan, que faz lives e publica vídeos em sua conta no Instagram.

 

Pouca fé no virtual

 

Nem todo profissional acreditava em atendimento virtual. É o caso da psicóloga clínica Renata Corrêa. “Eu não dava consultas online, mesmo sendo procurada por quem desejava essa modalidade de atendimento. Sempre resisti a aderir ao virtual; só abria exceção com alguns pacientes que viajam a trabalho ou precisavam passar meses fora da cidade. Acreditava que a falta de contato pessoal poderia atrapalhar.”

 

Com a chegada da pandemia e o isolamento social, as consultas online foram uma boa surpresa. “Eu me adaptei bem às consultas por chat, e hoje percebo que não fazia sentido rejeitar o online. Entre os meus pacientes, houve pouca resistência.”

 

Mesmo quem nunca havia sido atendido pela psicóloga Marcela Pavan por videochamada se adaptou bem. “Alguns sentem um certo estranhamento na primeira sessão, mas depois o trabalho acontece normalmente. Mas não são todos que são atendidos virtualmente: terapia de casal, por exemplo, acontece somente em consultório.”

 

Confortável mas não convidativo

 

O atendimento da psicóloga Renata Corrêa teve poucas baixas: “Somente dois pacientes decidiram interromper a terapia. No caso deles, não havia a privacidade necessária em casa”, conta. Esse parece ser o principal problema para quem não mora sozinho.

 

“No consultório, só estão você e o terapeuta. Não existe risco de alguém mais escutar o que é dito. Apesar de eu procurar um cantinho de onde ninguém pode me ouvir, me sinto incomodada e insegura. Em casa, pode ser confortável, mas não é convidativo. Eu moro com mais duas pessoas e sempre tem algum barulho, como gente lavando louça. Isso sem contar quando a ligação falha, e aí um não escuta o que o outro disse”, diz Maria.

 

A servidora pública Rosana Tinoco concorda. “Além de privacidade – no meu caso é bem difícil, pois tenho dois filhos – se perde a oportunidade de estar 100% conectada com a terapeuta. Às vezes um olhar, uma respiração, uma emoção podem se perder por conta do intermediário tecnológico. Depois da pandemia, acredito ser essa uma maneira válida para resolver questões pontuais, na impossibilidade de deslocamento. Pessoalmente, não gostaria de manter minhas sessões virtuais.”

 

Ajuda online para todos

 

Para quem não fazia terapia e agora, por conta do avanço da covid-19 e ainda sem perspectivas de o isolamento social afrouxar, sente que precisa, é possível achar apoio online e gratuito. As universidades, através de suas faculdades de Psicologia, estão pondo à disposição serviços de ajuda psicológica.

 

Algumas, como a USP, são voltadas apenas para a comunidade acadêmica; outras liberaram seus profissionais para atendimento ao público. É o caso da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), que montou um serviço de apoio psicológico online, com 36 profissionais. O Programa Acolher existe desde 2019 e era voltado ao atendimento de estudantes; com a pandemia, foi estendido a toda a comunidade.

O atendimento é feito via Whatsapp (048 99644-1887) de segunda a sexta, das 8h às 20h, bastando enviar uma mensagem de texto dizendo “Oi” e escolher, em seguida, a opção 5.

 

As universidades federais mantêm clínicas-escola nas faculdades de Psicologia. Se precisar de ajuda, entre em contato com a instituição mais próxima para obter informações sobre o serviço psicológico gratuito em tempos de covid-19.

 

Fonte: Tecmundo


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