Em dois dos mais próximos asteroides da Terra, astrofísicos encontraram sinais de que o passado de ambos não foi um passeio pelo sistema solar. Enquanto em Ryugu a sonda japonesa Hayabusa2 avistou pedras brilhantes na superfície, a OSIRIS-REx da NASA encontrou sobre Bennu rochas que parecem de Vesta, um dos maiores objetos no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.
Ryugu é um asteroide tipo C, feito de carbono e água, dos mais comuns na faixa externa do cinturão de asteroides. Estudando imagens enviadas pela Hayabusa2, cientistas da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) identificaram pedras duas vezes mais brilhantes do que o material do qual Ryugu é feito.
Elas seriam de silicato de alumínio, material mais comum em asteroides tipo S. “Uma rocha pode ser coincidência, mas não várias delas”, disse ao site Space Eri Tatsumi, astrofísico da Universidade de La Laguna e principal autor do estudo publicado na revista Nature Astronomy. Como corpos do tipo S estão na parte interna do cinturão, provavelmente Ryugu se originou lá.
Fora do lugar
Assim como Ryugu, Bennu é do tipo C, e em sua superfície a sonda OSIRIS-REx da NASA também registrou rochas bem mais brilhantes. Segundo outro estudo publicado na Nature Astronomy, sua origem seria um asteroide diferente e muito maior.
“Encontramos seis rochas muito mais brilhantes do que o resto do asteroide e que combinam com o material de Vesta”, disse a astrofísica da Universidade de Tucson e principal autora do estudo Daniella DellaGiustina.
A piroxena, material das rochas encontradas, é formada através de altas temperaturas e resultaria de um impacto violento entre Vesta e Bennu, que não teria sobrevivido ao choque.
Se tudo correr bem, o OSIRIS-REx coletará amostras de Bennu em outubro, retornando a Terra em 2023. “Estamos ansiosos para ver a amostra, que, esperamos, terá pedaços dessas rochas brilhantes”, disse DellaGiustina.
Fonte: TecMundo
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