De acordo com um recente estudo publicado pela revista Human Reproduction, o número de nascimentos de gêmeos aumentou drasticamente nos últimos anos. Segundo a publicação, desde a década de 1980, a taxa de nascimentos de gêmeos em todo o mundo aumentou mais de 30% – de mil 1.000 partos que eram realizados entre 1980-1985, 9 eram de gêmeos e entre 2010-2015, 12.
Conforme aponta o estudo, em linhas gerais, 1,1 milhão de partos de gêmeos foram realizados no início da década de 1980 e 1,6 milhão no início de 2010. Para os autores responsáveis pelo no estudo, o drástico aumento se deu por conta da reprodução medicamente assistida, que inclui a fertilização in vitro (FIV).
Gêmeos pelo mundo
Algumas regiões do mundo atingiram o que os especialistas chamam de “pico de nascimento de gêmeos”.
“Os números relativos e absolutos de gêmeos no mundo são mais altos do que nunca desde meados do século XX, e é provável que seja um recorde histórico”, afirma o co-autor do estudo Christiaan Monden, professor de sociologia na Universidade de Oxford, no Reino Unido.
“Isso é importante porque os partos gemelares estão associados a taxas mais altas de mortalidade entre bebês e mais complicações para as mães, tanto durante a gravidez como durante e após o parto“.
“Outro fator que também pode explicar em parte o aumento de nascimentos de gêmeos, é o fato de mulheres mais velhas estarem tendo filhos. Mulheres com idades avançadas têm uma maior probabilidade de conceber gêmeos”.
Bebês iguais
Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores analisaram informações sobre nascimentos de gêmeos em 165 países entre 2010 e 2015. A comparação referente às datas citadas acima só foi possível porque os especialistas conseguiram ter acesso a informações relacionadas a partos de gêmeos realizados entre 1980 e 1985 em 112 desses países.
As análises envolvendo os 112 países mostram que ao longo de três décadas a taxa de natalidade de gêmeos aumentou mais de 10% em 74 nações. Esse aumento em específico se deu por conta da chegada de gêmeos dizigóticos ou fraternos – as taxas de gêmeos monozigóticos ou idênticos permaneceram quase as mesmas em todo o mundo, com cerca de 4 nascimentos de gêmeos idênticos a cada 1.000 partos.
Em nível continental, a América do Norte foi contemplada com o maior número de nascimentos de gêmeos – 71% em um período de três décadas -, seguida pela Europa, com um aumento de 58%, e a Oceania, com 46%.
África
Conforme exposto no estudo, a taxa de nascimentos de gêmeos na África é a maior do mundo, com cerca de 17 nascimentos de gêmeos em 1.000 partos; mas a taxa permaneceu praticamente inalterada durante o período de estudo de três décadas. Acredita-se que algumas populações da África podem ser geneticamente mais propensas a ter gêmeos, em comparação com populações de outras partes do mundo.
“Em ambos os períodos, a África teve as taxas de geminação mais altas e não houve aumento significativo ao longo do tempo. No entanto, a Europa, a América do Norte e os países oceânicos estão se posicionaram no ranking rapidamente”, disse Monden.
Mesmo havendo um aumento em relação ao nascimento de gêmeos no mundo, há também uma grande diferença entre aqueles que conseguem sobreviver.
“Em países mais pobres, muitos morreram. Na África subsaariana, em particular, muitos gêmeos perderam seus co-gêmeos no primeiro ano de vida – cerca de duzentos a trezentos mil anualmente”, explica Jeroen Smits, professor de Desenvolvimento Econômico e Humano da Universidade Radboud, na Holanda.
Fonte: Fatos Desconhecidos.
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