Antes de tudo: você sabe qual é a quantidade recomendada de frutas, verduras e hortaliças para as crianças? Segundo dados recentes da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), crianças a partir dos dois anos devem comer ao menos 400g, ou cinco porções, de frutas e vegetais por dia para diminuir o risco de doenças futuras, como obesidade, diabetes, hipertensão e mais. Para ter um consumo nota 10 desses alimentos, a entidade recomenda que os pais:
Incluam verduras em todas as refeições
Substituam os “petiscos” por frutas frescas e vegetais crus
Prefiram frutas e verduras frescas da estação
Tentem incluir uma seleção variada desses alimentos nas refeições dos filhos
A possível explicação
Por mais que alguns pais tentem criar uma ótima relação dos filhos com alimentos saudáveis, nem todas as crianças amam vegetais. A explicação pode ser científica, já que a percepção do gosto varia de acordo com a estrutura genética de cada pessoa.
Uma pesquisa da Associação Americana do Coração mostra que um gene específico pode aumentar a sensibilidade de certas pessoas a sabores amargos — tornando alguns alimentos “intragáveis”. Isso, então, justificaria por que algumas pessoas têm repulsa a vegetais e legumes como brócolis, couve-de-bruxelas, berinjela, rúcula, agrião, rabanete, alho-poró…
Quer saber por que isso acontece? Bom, todas as pessoas herdam duas cópias de um gene chamado TAS2R38, que detecta o gosto dos alimentos. Ele pode ter duas variantes: AVI e PAV. Cada pessoa tem uma combinação dessas variantes. Por isso, sentimos os sabores de maneiras diferentes. Explicando um pouco melhor:
Pessoas que têm duas cópias da variante AVI: não são sensíveis ao gosto amargo
Quem tem uma cópia da variante AVI e outra da PAV: sente bem o gosto amargo
Quem tem duas cópias da variante PAV: sente o sabor amargo de maneira bem mais intensa — e de forma “insuportável” até.
Introduzir novos sabores na alimentação dos filhos já não é uma tarefa fácil e muitas vezes envolve choro e reclamações. Agora, imagine insistir para que seu filho coma algo que ele considera superamargo? Vai ser difícil. O objetivo principal da pesquisa não era o de fazer com que as pessoas desistissem de comer vegetais, mas sim, que tentassem encontrar alternativas para ter uma alimentação saudável, sem sofrimento. Embora não haja uma fórmula mágica, daremos algumas dicas de como contornar esse problema.
Como contornar a questão
1. Antes de tudo: entenda a criança. Imagine que você viajou para um lugar completamente exótico. É possível que, no começo, o cheiro dos temperos, a textura das refeições e o gosto de alimentos que você nunca experimentou não sejam do seu agrado. Pense que introduzir novos alimentos na comida dos filhos é exatamente isso. Tudo que é diferente do leite é exótico e novo. Por isso, é normal que haja certa resistência.
2. Os pais devem servir de modelo. É importante lembrar que os pais servem como o primeiro modelo para o comportamento dos filhos. Não espere que a criança tenha uma boa relação com vegetais se você e seu marido (ou esposa) torcem o nariz quando veem alface, brócolis ou berinjela.
3. Crie interesse. Já falamos neste post sobre o quanto é bom criar uma relação positiva das crianças com frutas, verduras e hortaliças. Então, que tal levar os pequenos para a feira ou o supermercado? Deixe que eles toquem nos alimentos e participem do processo de escolha. Dependendo da idade do seu filho, ele pode até participar do preparo de alguma receita. Olha que legal!
4. O visual conta. Antes de experimentar, a gente come com os olhos, não é verdade? Invista em apresentações criativas e pratos atraentes para despertar o interesse da criança.
5. Altere o sabor. Se o problema para os seus filhos for mesmo o sabor amargo dos alimentos, tente alterar o gosto dos vegetais com novos temperos e formas de preparo. Outra dica bacana é deixá-los de molho em uma solução com água e vinagre ou suco de limão para diminuir o amargor. Depois, é só lavar os vegetais em água corrente e prepará-los normalmente.
Fonte: Incrível Club
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