Em 2018, a mutilação genital feminina foi proibida na Nigéria, na África, após longos anos de uma cultura machista e violenta que, segundo estatísticas, atingia 25% das mulheres nigerianas entre 15 e 49 anos. Agora, mais um país africano proibiu a prática, considerada por muitos religiosa: o Sudão.

 

De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), 9 em cada 10 mulheres do país eram submetidas à mutilação total ou parcial da genitália feminina. Com o atual código penal aprovado pelo governo, a mutilação terá pena de três anos de prisão e multa. “A lei vai proteger garotas dessa prática bárbara e permitir que vivam com dignidade. Também vai ajudar mulheres que não querem mutilar suas filhas, mas foram obrigadas, a dizer não. Mas há consequências”, informou Salma Ismail, porta-voz do UNICEF no Sudão. Ainda é pouco, mas já é um grande pequeno passo.

 

O “x” da questão é que a prática é algo cultural, e é muito difícil fazer algumas pessoas, principalmente as mais tradicionalistas, entender que ela é ultrapassada e criminosa. Veja o caso do Egito, por exemplo, que criminalizou a mutilação genital feminina em 2008, mas até hoje registra casos de operações que continuam a ser realizadas por algumas pessoas, mesmo correndo o risco de serem presas por até 7 anos. No começo deste ano, uma garota de 12 anos veio a óbito enquanto realizava a cirurgia de mutilação em uma clínica privada – um luxo que nem todos podem ter.

 

Mas é também preciso enxergar o outro lado, de um governo menos autoritário que deseja romper com essas tradições criminosas (foi só após 30 anos que o ditador do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, conseguiu ser substituído) e das milhares de vidas que serão salvas pela criminalização da prática.

 

Fonte: Capricho.


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