1. Chocolate
Os astecas faziam com as favas de cacau um líquido escuro chamado tchocolatl. Ficou conhecido quando, em 1502, a esquadra de Colombo chegou à ilha de Guanaja, habitada por astecas. O cacau e seus derivados, considerados “alimentos dos deuses”, eram utilizados em rituais religiosos. Ao adicionar a essência de leite, os jesuítas tornaram o chocolate mais refinado, parecido com o que conhecemos atualmente. No século XIX, era considerado um produto bastante sofisticado, embora o rei Luis XIV, da França, considerasse seu sabor “pobre”. Na época, alguns médicos o consideravam mais nutritivo que a carne bovina e a de carneiro. A firma inglesa Fry & Sons colocou no mercado a primeira barra de chocolate do mundo, feita com gordura, pasta de cacau e açúcar, em 1848.
2. Batata frita
Os belgas foram os primeiros a fritar fatias de batata, no final do século 17, no vale do rio Meuse, entre as cidades de Dinant e Liège. Era comum na culinária local o consumo de pequenos peixes fritos. Como no inverno o congelamento do rio dificultava a pesca desses peixes, alguém teve a ideia de substituir os peixinhos por fatias de batata na frigideira. Aos franceses, por outro lado, é creditada a popularização da batata-frita. Nos anos de 1770, o médico do exército francês Antoine-Augustine Parmentier encabeçou uma campanha para encorajar a população a consumir batatas. Antes disso, os franceses acreditavam que a leguminosa era capaz de transmitir a lepra. O trabalho do médico levou a uma acelerada popularização da batata, que atingiu seu ápice em 1795. Na época, carrinhos ambulantes passaram a vender batatas-fritas nas ruas. A iguaria foi apresentada aos americanos, que as tornaram parte imprescindível de sua culinária local.
3. Trigo
Desde os primórdios da humanidade, colhia-se o trigo. Mas por volta de 9000 a.C., o homem descobriu que, se optasse por plantar alguns alimentos que colhia em vez de ficar atrás da extração de todos os que tinha o costume de consumir, poderia se estabelecer e esperar pelos grãos plantados. O cultivo do trigo, que provavelmente começou de forma experimental, baseada na observação do desenvolvimento da gramínea, foi uma descoberta valiosa. Os arqueólogos acreditam que em 7000 a.C. o trigo era plantado no vale dos rios Tigre e Eufrates, na região da Mesopotâmia, graças aos ciclos de enchentes e vazantes do rio Nilo. Os egípcios foram os primeiros a utilizar o grão para fazer pão, que era assado em fornos rústicos. Esse cultivo bem-sucedido abriu caminho para outros tipos de plantações.
4. Sorvete de casquinha
Na Feira Mundial de Saint Louis (EUA), em 1904, o vendedor de waffles sírio Ernest Hamwi deu uma força a um comerciante de sorvete que ficou sem recipientes, e ofereceu seu produto para servir de suporte. Popularizou-se, assim, a casquinha de sorvete.
5. Requeijão
Para aquecer as vendas de sua fábrica de queijos, o mineiro Lindolfo Pio da Silva Dias desenvolveu, em 1944, o requeijão, fundindo a altas temperaturas colhada seca e creme de leite.
6. Queijo
Ao armazenar o leite em bolsas feitas de estômago de mamíferos, povos nômades da Mesopotâmia descobriram sem querer a técnica de produção de queijo, por volta de 6000 a.C.
7. Iogurte
Segundo a lenda, um viajante nômade resolveu levar leite numa sacola de pele de cabra durante uma viagem pelo deserto e, sem querer, produziu o iogurte, por volta de 4000 a.C. Mas só em 1542 chegou à Europa o primeiro iogurte. O laticínio foi oferecido ao imperador francês François por Salomão como remédio para curar infecção intestinal.
8. Hambúrguer
Com a invasão dos mongóis, no século 13, a Europa conheceu a técnica usada pelos tártaros para moer a carne dura e de má qualidade, tornando-a mais digerível. A tribo costumava levar a maçaroca embaixo da sela quando galopava. Quando iam comer a carne, já havia virado uma pasta, que é o ancestral do hambúrguer. Foi na Feira Mundial de Saint Louis (EUA), em 1904, mesmo evento em que a casquinha de sorvete foi inventada, que os americanos conheceram o hambúrguer, receita trazida ao país pelos imigrantes alemães embarcados no porto de Hamburgo.
9. Pipoca
Cristóvão Colombo e sua frota aportaram na América em 1492. Os índios não demoraram a mostrar a ele a técnica de colocar uma espiga de milho inteira no fogo e comer os grãos que estouravam: as pipocas.
10. Sanduíche
Tudo começou numa mesa de bridge da Inglaterra, no ano de 1762. Lorde John Eduard Montague (1718-92), o conde de Sandwich, gostava tanto de jogar que não parava nem para comer. Refeições com garfo e faca poderiam tirar sua concentração. Por isso, pedia que sua comida, geralmente salame, presunto e queijo, fosse servida entre dois pedaços de pão. Dessa forma, Montague poderia comer com uma das mãos e continuar jogando com a outra.
11. Croissant
Em 1683, a Áustria estava sob o ataque do Império Turco. Para invadir Viena, os turcos decidiram cavar um túnel subterrâneo. Os padeiros da cidade, que trabalhavam no subsolo, estranharam o barulho e alertaram o exército. Os turcos foram então encurralados e expulsos do território austríaco. Em homenagem à vitória, os padeiros vienenses prepararam fornadas de um pão no formato de uma lua crescente – símbolo da bandeira turca. Criou-se, assim, o croissant. Um século mais tarde, Maria Antonieta, princesa austríaca que se casou com o rei francês Luís 16, apresentou os croissants aos aristocratas da França.
12. Margarina
Na França de 1869, o imperador Napoleão III lançou um concurso para encontrar um substituto para a manteiga. O químico Hippolyte Mergé-Mouriès ganha com uma mistura à base de gordura de boi. Ela recebeu o nome de margarina.
13. Chiclete
Em 1872, o norte-americano Adams lançou um chiclete à base de alcaçuz. Foi a primeira vez que o produto chegou ao mercado como uma guloseima. Antes disso, o chiclete servia para exercitar a mandíbula e estimular as gengivas. Os astecas, porém, já conheciam a goma de mascar muito antes da chegada dos navegadores espanhóis à América.
14. Alimentos em conserva
Em 1795, o governo francês ofereceu 12 mil francos pela melhor ideia de conservação de alimentos. O confeiteiro Nicolas Appert ganhou o concurso. As comidas eram esterilizadas num ambiente sem ar e guardadas em vidros, que a seguir recebiam cinco camadas de cortiça por cima. Embora ele tivesse empregado embalagens de vidro, seu trabalho serviu de base para as indústrias de comida em lata.
15. Biscoito
Os primeiros registros sobre o preparo de biscoitos remetem à época dos faraós, no Antigo Egito. Graças aos ciclos de enchentes e vazantes do rio Nilo que fertilizavam suas margens, os egípcios puderam se dedicar ao cultivo do trigo. E um povo que baseava no trigo sua principal produção agrícola acabaria infalivelmente por descobrir o pão. Com a utilização do fogo e de fornos rústicos, os pães eram assados, tornando-se muito mais apetitosos. Daí até a elaboração de biscoitos, o caminho foi relativamente curto. Inicialmente, o biscoito ocupava um lugar ligado a rituais egípcios. Moldado a partir de formas animais e humanas, ele era oferecido às divindades em troca de chuvas, para que se assegurasse a fertilidade do solo. Em pouco tempo, o hábito de produzir biscoitos estendeu-se por outras regiões do Mediterrâneo e Oriente Médio. Assírios, babilônios e gregos foram alguns dos povos que, a exemplo dos egípcios, passaram a regalar seus deuses com biscoitos de trigo e mel. Com o transcorrer dos séculos, os franceses começaram a descobrir novas técnicas para essa produção. Eles concluíram que, se assassem o biscoito duas vezes, a umidade seria reduzida, permitindo a conservação do produto por um tempo maior. Vem daí o nome “biscoito”, forma aportuguesada da palavra francesa “bis-cuit”, que significa assado duas vezes.
Fonte: Guia dos Curiosos
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