Quando se fala em extinção em massa, logo nos vem à cabeça uma situação caótica e apocalíptica. É muito fácil associar isso com o fim dos dinossauros no planeta. Mas acontece que essa foi apenas uma, das cinco extinções que a Terra já passou. E o que muitos não sabem é que outra grande extinção está acontecendo nesse exato momento. Mesmo que esse não seja algo tão óbvio quanto asteroides colidindo com a Terra. Centenas de espécies únicas e importantes de animais já desapareceram no século passado.
E de acordo com os cientistas, essa não é a pior parte. A extinção em massa, que está acontecendo no planeta atualmente, está se acelerando, com um número grande de vertebrados sendo extintos assim como foi visto no século XX. Só que o alarmante é que dessa vez possa levar apenas décadas para que centenas de espécies desapareçam da Terra.
Animais
Conforme cada um dos animais vai deixando de existir, os efeitos indiretos nas espécies adjacentes vão ficando cada vez mais evidentes. E com os ecossistemas desestabilizados e cadeias alimentares enfraquecidas, a sobrevivência de todos animais, incluindo os humanos, vai ficando cada vez menos garantida.
“O que fazemos para lidar com a atual crise de extinção nas próximas duas décadas definirá o destino de milhões de espécies”, explica o ecologista Gerardo Ceballos, da Universidade Nacional Autônoma do México.
Cinco anos atrás Ceballos fez um estudo usando estimativas conservadoras para mostrar a discrepância das taxas de extinção comuns com a série de mortes que vemos hoje. No estudo ele descobriu que a taxa média de extinções de espécies de vertebrados era muito menor do que o número de extinção de hoje. Número que é até 100 vezes maior no século passado.
De acordo com a equipe, isso mostrou que uma extinção em massa está acontecendo agora. Por conta das evidências de que os níveis de extinção são sem precedentes na história da Terra.
“Podemos concluir com confiança que as taxas de extinção modernas são excepcionalmente altas, estão aumentando e sugerem uma extinção em massa. A sexta do tipo nos 4,5 bilhões de anos de história da Terra”, escreveu a equipe no artigo de 2015.
Estudo
Agora, Ceballos e sua equipe fizeram um novo estudo que também não mostra resultados muito otimistas. Eles dizem que as taxas futuras de extinção, provavelmente, foram subestimadas até agora. E que elas devem aumentar de forma acentuada no futuro.
Para fazer o estudo, a equipe usou os dados da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN e da Birdlife International para ver quais eram os vertebrados considerados à beira da extinção.
Segundo os pesquisadores, 1,7% das espécies terrestres avaliadas, o que é 515 espécies, estão nessa ameaça. São animais que perderam a maior parte da sua área geográfica e que tem menos de mil seres vivos no mundo todo. E dos avaliados, metade tem menos de 250 sobreviventes.
“Interações ecológicas estreitas de espécies à beira tendem a levar outras espécies à aniquilação quando desaparecem. A extinção gera extinções”, disseram os pesquisadores.
Extinção
Essas cascatas de extinção são um fenômeno bem conhecido na ecologia. E com vários animais à beira da extinção, essa extinção em massa pode acontecer mais cedo do que era previsto.
“Cerca de 94% das populações de 77 espécies de mamíferos e aves à beira foram perdidas no século passado. Supondo que todas as espécies à beira tenham tendências semelhantes, mais de 237.000 populações dessas espécies desapareceram desde 1900”, relatam os pesquisadores.
Os pesquisadores dizem que ainda não é tarde para tentarmos retardar isso. Se as pressões humanas na biosfera forem aliviadas isso pode ajudar. Isso poderia acontecer colocando proibições amplas para o comércio de espécies silvestres, diminuindo o desmatamento. E vendo que os animais, que têm uma população com menos de cinco mil seres, como já ameaçados.
“Quando a humanidade extermina populações e espécies de outras criaturas, está cortando o membro em que está sentada. Destruindo partes do nosso próprio sistema de suporte à vida. A conservação de espécies ameaçadas deve ser elevada a uma emergência nacional e global para governos e instituições. Igual à perturbação climática à qual está ligada”, conclui o biólogo Paul Ehrlich, da Universidade de Stanford.
Fonte: Fatos Desconhecidos
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