A Amazon retirou cerca de 20 mil avaliações de produtos por apresentarem indícios de serem comentários pagos. Uma investigação movida pelo Financial Times revelou que marcas chinesas pouco conhecidas estavam presenteando usuários que enviassem boas notas para seus produtos na loja.

Grandes revisores britânicos da Amazon enviaram estranhas avaliações de cinco estrelas para produtos de marcas chinesas impopulares. Ao serem investigadas pelo Financial Times, esses produtos foram encontrados em grupos e fóruns do Facebook, onde as marcas recompensavam avaliações positivas com brindes ou dinheiro.

Após a descoberta, a Amazon retirou 20 mil avaliações de inúmeros produtos em sua loja. Posteriormente, outras milhares de avaliações foram enviadas e analisadas por instituições norte-americanas — a University of Southern California (USC) e University of California, Los Angeles (UCLA) — e logo removidas ao serem associadas a mais de 2.500 grupos em fóruns e no Facebook.

Da avaliação para a venda

Um dos indivíduos responsáveis pelas avaliações falsas é o reconhecido avaliador Justin Fryer, um dos consumidores mais bem classificados dentro da Amazon do Reino Unido. Contactado pela Finacial Times, Fryer negou qualquer recebimento de recompensa pelas suas avaliações. Quando somado os valores dos produtos com análises positivas, o total chegaria na casa dos US$ 20 mil, indo de artigos de decoração, brinquedos e notebooks.

Boa parte desses produtos bem avaliados foram encontrados em uma conta no eBay com seu nome e endereço, indicando que o rapaz pudesse estar vendendo produtos adquiridos recentemente ou sendo recompensado com os produtos após a avaliação. Após o contato da equipe de reportagem, Fryer apagou seu histórico de avaliações.

Burlando o algoritmo

Garantir boas avaliações de consumidores reconhecidos pela Amazon é um dos critérios valorizados pelo algoritmo da loja para priorizar a exibição de anúncios. A classificação de produtos tem grande peso no momento de determinar a posição de um produto em uma pesquisa, seção, página principal ou no tão procurado título de “escolha da Amazon”.

Sendo assim, avaliações remuneradas passaram a ser uma alternativa interessante para marcas menores, mesmo que viole normas da plataforma. Em 2019, a Amazon já investiu mais de US$ 500 milhões para dar fim a esse sistema, mas o problema parece estar longe de acabar.

 

Fonte: TecMundo


Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.