Vikings. Não tem como negar, a história desse povo é impressionante. Sua mitologia riquíssima tem sido muito utilizada por todas as mídias possíveis, surgindo no cinema, séries e, obviamente, nos jogos. O mundo dessa galera é tão incrível que até um deus grego resolveu mudar um pouco de ares… Não é mesmo, Kratos? É nesse universo que vamos mergulhar a partir do dia 10 de novembro com Assassin’s Creed: Valhalla.

Essas são nossas segundas impressões do game. E eu digo segundas, pois já fizemos um texto anterior, quando o Vini jogou três horas e pode comentar o que achou, mas agora foi a minha vez .Depois de seis horas de jogatina eu posso afirmar: esse vai ser muito melhor do que Origins ou Odyssey.

Acho importante ressaltar que eu rodei o título em um PC equipado com uma placa de vídeo Nvidia RTX 2080 super, com todas as configurações no ultra.

A primeira coisa que fazemos é optar se vamos jogar com O Eivor, ou com A Eivor. Achou parecido com Odyssey? Mais ou menos. Em Valhalla, o jogador poderá escolher o gênero de seu personagem quando quiser, e em entrevista ao VOXEL, o Lead Producer (ou Produtor Líder) do game comentou que isso tem um motivo e que ele não poderia falar, já que seria um grande spoiler

Então, já comecei minha gameplay tendo algo para pensar: o que dentro do lore de AC daria sentido para isso? Você simplesmente poder trocar seu personagem principal a qualquer momento? Isso vai fazer sentido no final, então infelizmente, essas perguntas só poderão ser respondidas quando eu terminar o game. Mas confesso que gostei de ter sido fisgado por esse mistério.

 

Tchau, níveis!

Já dê adeus ao sistema de nível. Pelo menos, na área que eu andei, pude simplesmente fazer tudo o que queria, explorar qualquer lugar tranquilamente, sem me preocupar em ser morto por um javali nível 85 mais poderoso do que uma legião de soldados gregos.

Na verdade, ainda temos um sistema de nivelamento, que é voltando mais para poder e funciona da seguinte forma: conforme você adquire experiência, aumenta uma barra que fica no canto superior direito da tela, e quando ela encher, dois pontos de skill ficam disponíveis para distribuir em sua árvore de habilidades, que é dividida em três características principais:

Amarela – para ataques de longa distância

Azul – voltada para ações furtivas

Vermelha – que envolve golpes corpo a corpo

Ao ganhar pontos, você vai percorrendo essa árvore, que no jogo tem o formato de constelações, e adquirindo novos poderes e status para seu personagem.

Em Valhalla temos muitas das coisas já conhecemos e estamos acostumados em Assassin’s Creed. Preparem-se para muita sincronização de torres para abrir o mapa, assassinatos furtivos – e outros nem tão silenciosos assim – saltos da fé e todos os outros recursos apresentados ao longo da série.

 

Inovações

Mas vamos focar aqui no que Valhalla traz de novo. Uma das novas mecânicas mais interessantes é a construção da sua base. Afinal, você é um invasor, está longe de sua terra natal, e precisa se estabelecer e construir sua própria morada nesse novo local.

Na build que jogamos, nossa base já estava no nível 3 e com algumas coisas já montadas, como um ferreiro que vai lhe pedir missões, materiais para trabalhar, e ainda recorrerá a você, o herói ou heroína da história, quando enfrentar outros problemas.

Existem várias coisas que podem ser aprimoradas na base, e quanto mais se dedicar à pilhagens e trazer materiais, maior e melhor ela fica.

Locais da colônia incluem a cervejaria, para comemorações que oferecem um buff temporário; a criação de um Jomsviking, um tipo de soldado fortão que se junta ao seu bando; o Tattoo Shop, que permite modificar a aparência do personagem; e outras cabanas como a do pescador, do caçador e do mercador. Além de tudo isso, é possível dar um toque de classe adicionando peças decorativas à sua morada.

Beleza, a base parece legal e tal… Mas o que mais vou encontrar em Assassin’s Creed Valhalla? Como todo bom viking, você é um invasor, então, nada melhor que INVADIR, utilizando uma mecânica de raids bem interessante.

Apesar de estarmos acostumados a eliminar nossos alvos na surdina, o game fornece a oportunidade de ser um saqueador por completo, chegando em um vilarejo ou cidadela, tocando o chifre e invocando a galera para uma boa e velha pilhagem.

Nessa abordagem, você vai chamar seu bando de guerra e tocar o terror. Durante essas invasões, vai presenciar seus companheiros lutando e morrendo, podendo dar uma pausa na chacina para dar uma mão aos seus colegas caídos.

 

A porrada vai comer!

As batalhas estão melhores e MUITO mais sangrentas em comparação a Origins e Odyssey, com desmembramentos sinistros e golpes BEM violentos. Afinal, os vikings não eram lá muito simpáticos com aqueles que não aceitavam seu domínio.

Os inimigos contam com um segundo medidor logo acima da barra de vida, que é voltado para estamina ou defesa. Quando bloqueamos um ataque ou fazemos um parry, parte dessa barra se esvai, e quando ela se esgota, podemos aplicar um BELÍSSIMO ataque especial que tem uma animação bem gráfica (melhor tirar as crianças da sala!).

Eivor possui habilidades de combates incomparáveis, podendo usar facilmente uma arma de uma mão e um escudo, uma arma longa de duas mãos ou até mesmo fazer uso de duas armas, uma em cada mão, com grande maestria. Os movimentos do personagem são bem fluídos em qualquer uma dessas três opções, o que mostra uma evolução em comparação com os títulos antecessores.

Inclusive, para enfrentar Leofrith, um dos chefes dessa demo, precisei testar cada tipo de arma, em uma tentativa de compreender qual das mecânicas era melhor para enfrentar um inimigo desse tipo. Apanhei duas vezes até entender melhor como explorar a fraqueza do meu inimigo e me adaptar, foi uma ótima experiência.

O sistema de habilidades especiais se mantém. Eivor pode escolher até oito “poderes” para equipar e usar durante as pelejas, sendo quatro de longa distância (usando o arco) e quatro corpo a corpo. Nessa DEMO pude experimentar alguns, não achei nenhum deles muito fora da caixinha do que já vimos na franquia, portanto, não esperem muito nesse quesito. Esses poderes podem ser adquiridos ou melhorados encontrando Tomos de conhecimento, que estão espalhados pela Grã-Bretanha.

 

Liberdade para ir onde quiser

Como eu disse anteriormente, apesar do sistema de níveis dos inimigos ter acabado, não quer dizer que você não vai encontrar uns doidos poderosíssimos por aí. Durante a minha jogatina, encontrei um templário e fui me meter a besta com ele. Nem preciso dizer qual foi o resultado, né?

Entretanto, Valhalla lhe oferece uma liberdade muito maior para explorar o cenário. Aqui, os inimigos e as batalhas são bem mais orgânicas, você se sente muito mais à vontade em procurar seus loots tranquilamente, e não existe a necessidade de fazer um grind chato e absurdo para ir para uma nova área, ou coletar novos materiais. Liberdade é o que o jogo trouxe de melhor e é a palavra-chave desse novo capítulo da franquia.

Na parte que eu joguei pelo menos, fui apresentado a puzzles simples, mas que apareciam no mapa de uma forma bem tranquila, sem quebrar a imersão do game. É claro que existem algumas missões, que não podemos mostrar aqui, que quebram o ritmo de uma aventura viking comum, elas têm a ver com o plot do jogo em si, mas para não dar spoilers, não vou me aprofundar muito. Fora isso, a fantasia de viver na época de Ragnar Lothbrok é bem divertida.

A exploração é a alma de AC Valhalla, por isso a Ubisoft fez questão de encher o mundo de objetos, mistérios e missões para que ninguém sentisse que está andando por uma Grâ-Bretanha meio mortinha.

Subindo em alguns lugares altos é possível verificar os arredores, encontrando pontos brilhantes que mostram itens importantes para pegar, além de um visual de tirar o fôlego. O corvo de Eivor, também pode ajudar nessa tarefa, encontrando artefatos mais comuns, como couro de animais e minerais para coleta.

 

Considerações finais

Assassin’s Creed Valhalla tem tudo para ser o melhor da franquia desde Black Flag. Pelo menos no que diz respeito a ambientação, mecânicas e batalhas. Para mim, que já joguei todos os jogos principais da série (só deixei passar os Chronicles) vai valer a pena curtir essa nova aventura. E como eu disse no começo, estou curioso para entender como alterar o personagem principal a qualquer momento está amarrado com a história.

Contudo, é possível notar que não existe nada aqui que reinventa a roda. Sim, ele melhora muito do que desagrava os jogadores nos games anteriores, mas nenhum grande fator em Assassin’s Creed Valhalla o faz brigar em pés de igualdade com o que já conferimos de Cyberpunk 2077, que sai uma semana depois do game da Ubi.

Eu acredito que os aficionados pela franquia dos assassinos vão gostar do que verão. E afirmo isso com base no que tive a oportunidade de explorar nessas quase sete horas de jogatina (levando em consideração que essa DEMO não se aprofunda MUITO na história).

Mas o jogo carece de algo que faça as pessoas pelo menos cogitarem a gastar seu suado dinheiro nele ao invés de comprar o jogo da concorrência.

 

Fonte: TecMundo


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