Um estudo publicado na revista Nature verificou que uma enzima bacteriana encontrada em pilhas de compostagem pode consumir mais do que apenas folhas em decomposição, propondo uma iniciativa verde para o processamento de garrafas plásticas, o que pode permitir que sejam reutilizadas.

 

100% reciclável

 

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Toulouse, após estudarem 100.000 microrganismos para encontrar possíveis candidatos para esta missão, e uma bactéria envolvida na compostagem provou ser muito eficiente. Os pesquisadores introduziram mutações como uma forma de aumentar ainda mais eficácia da enzima bacteriana no processamento do material. E ao ser testada em uma tonelada de garrafas plásticas, a enzima conseguiu degradar 90% delas em apenas 10 horas.

 

O tereftalato de polietileno (PET) é o plástico de poliéster mais encontrado no mundo, com quase 70 milhões de toneladas fabricadas anualmente para todos os tipos de uso, desde embalagens a têxteis.

 

As tecnologias de reciclagem existentes são capazes de processar as garrafas plásticas utilizadas para bebidas com gás ou água, mas até o momento, o produto final da reciclagem só servia para o uso em roupas ou tapetes. A enzima bacteriana descoberta pelos pesquisadores é capaz de quebrar essas embalagens em blocos químicos que podem ser manipulados para voltarem ao formato original, tornando as garrafas PET 100% recicláveis pela primeira vez.

 

A “praga do plástico”

 

É preciso lembrar que cerca de 359 milhões de toneladas de plástico são produzidas todos os anos, e 150 a 200 milhões acabam em aterros sanitários ou no meio ambiente, podendo ser encontrados em quase todos os lugares, desde praias remotas até no fundo do oceano. E embora a ideia de reduzir o uso deste material em nosso cotidiano seja muito importante para conter a “praga do plástico” que aflige o mundo inteiro, ele ainda desempenha um papel essencial na vida moderna. Afinal é leve e resistente, além de possuir certas funções que ainda não podem ser desempenhadas por alternativas “mais ecológicas”.

 

Isso comprova a importância do estudo no rendimento do processo de reciclagem, mas a pesquisa ainda tem um logo caminho pela frente antes de estar verdadeiramente pronta para ser uma solução eficaz.

 

Após a descoberta, a equipe de pesquisadores iniciou uma parceria com a Pepsi e a L’Oréal, na esperança de acelerar o refinamento dos detalhes do processo, para que este tipo de reciclagem possa ser atingida em escala industrial dentro de cinco anos. O tempo necessário para ampliar o processo realmente parece ideal, porém, ainda é preciso muito trabalho para poder realmente lidar com o excesso global de resíduos plásticos.

 

Fonte: Mega Curioso


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