Um estudo realizado a partir da análise de dados coletados pela sonda Messenger, da NASA, que orbitou Mercúrio entre os anos de 2011 e 2015, por uma equipe liderada por Alexis Rodriguez do Instituto de Ciência Planetária, e publicado em 16 de março de 2020 na revista Scientific Reports, sugere que as condições extremas de Mercúrio não são um obstáculo à vida, e que embora a superfície do planeta seja hostil, dentro de suas camadas inferiores pode haver condições mais amigáveis.
Para demonstrar isso, os cientistas afirmaram que a superfície caótica e irregular não é o resultado de terremotos em sua superfície, a teoria mais amplamente defendida na comunidade científica. Mas sim, o resultado da presença de substâncias voláteis, que são elementos que mudam rapidamente de um estado da matéria para outro, como líquido para gasoso.
A presença de substâncias voláteis como a água poderia realmente oferecer as condições necessárias para o surgimento de uma vida microscópica em seu subsolo que é mais frio, e não acima da sua superfície que é muito quente (em torno de 420 °C). Alexis P. Rodriguez, coautor do estudo, afirmou que “quanto mais eu investigo as evidências geológicas e mais penso nas condições químicas e físicas do planeta, mais percebo que essa ideia pode ser um pouco louca, mas não completamente louca”.
Prótons na superfície de Mercúrio
De acordo com as informações fornecidas no artigo, os prótons têm um papel fundamental na formação de moléculas de água. Essas partículas geralmente vêm dos ventos solares e são bastante comuns na superfície do planeta, tendo em vista que o campo magnético dele é muito fraco para impedi-las.
Os minerais na superfície do planeta contêm grupos de átomos de oxigênio e hidrogênio, chamados hidroxilos, e o estudo recente sugere que o campo magnético desloca os prótons que ali se estabelecem e com a ajuda da energia do Sol, eles são ativados e colidem, causando a criação de água e hidrogênio.
Direção dos polos de Mercúrio
Após a criação das moléculas de água, algumas são desintegradas pela energia do Sol, outras escapam para o espaço. No entanto, existem aqueles que conseguem alcançar os polos do planeta e suas crateras a temperaturas muito baixas e se acumulam lá para formar gelo.
Nessas crateras isoladas, o gelo não é afetado, uma vez o planeta não possui uma atmosfera substancial. De acordo com o modelo usado no estudo recente, em 3 milhões de anos, o planeta poderia acumular quase 10 trilhões de toneladas de gelo, o que representa aproximadamente 10% do gelo atualmente observado.
Segundo Jones, o processo que eles modelaram durante seu estudo funciona em Mercúrio, mas não necessariamente em outros corpos celestes. Em relação à Lua, por exemplo, o processo não seria tão eficiente, pois não há calor suficiente para ativar a reação química.
Fonte: Mega Curioso
Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.