Um grupo de cientistas encontrou, na costa da ilha de Vancouver, no Canadá, indícios do registro fóssil mais antigo da madeira mogno, datado de cerca de 72 a 79 milhões de anos. Aparentemente existente durante o período Cretáceo, ainda quando os dinossauros vagavam pelo planeta, a descoberta marca um importante intermédio no estudo e na cronologia da família Meliaceae, previamente estabelecida em um tempo de 60 milhões de anos atrás, logo após o desaparecimento dos enormes animais.
A pesquisa, publicada em um artigo no American Journal of Botanic escrito pelo Dr. Brian Atkinson, paleobotânico da Universidade de Kansas e curador do Biodiversity Institute’s Division of Paleobotany, deu o nome Manchestercarpa vancouverensis à espécie ancestral em homenagem ao renomado cientista Steve Manchester, da University of Florida Museum of Natural History.
“Combinei os dados moleculares de representantes vivos da família do mogno com a morfologia do fóssil, bem como com a morfologia das espécies vivas. E então subjuguei esse conjunto de dados combinando à análises filogenéticas, o que nos permite reconstruir relações evolutivas”, disse Atkinson, em nota. “Com base nessa análise, descobrimos que o fóssil está intimamente relacionado a esse gênero chamado Melia, que vive atualmente.”
O fóssil, encontrado inicialmente por Graham Beard, caçador de relíquias local e diretor do Qualicum Beach Museum of Natural History, ainda possui, incrivelmente, camadas de frutas frescas e sementes em sua extensão. A descoberta é uma importante relíquia para o estudo genealógico das mais diversas espécies vivas, já que os registros fósseis ainda são a maneira mais segura de compreender a escala evolutiva e de identificar os pontos históricos de transição, adaptação e mudanças na formação cronológica da vida terrestre.
“Nesse caso, Meilaceae, a família do mogno, é um grupo de árvores ecologicamente e economicamente importantes. Muitos pesquisadores usaram esse grupo como um sistema de estudo para entender melhor a evolução das florestas tropicas”, disse o paleobotânico. “Este trabalho é a primeira evidência definitiva de que as árvores de importância tropical estavam presentes durante o período cretáceo, quando começamos a ver a modernização dos ecossistemas e grupos modernos de plantas.”
Reforçando sobre a importância econômica do mogno, especialmente por sua fácil manipulação, durabilidade e resistência a movimentos bruscos, o cientista não consegue conter sua empolgação, afirmando que ainda há “muito a ser explorado”.
Fonte: Mega Curioso
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