Um estudo científico publicado na revista Nature na semana passada (24) lançou novas luzes sobre a compreensão da origem de material orgânico no planeta Marte. A análise de um meteorito marciano revelou moléculas contendo nitrogênio datado de 4 bilhões de anos, o que pode revelar a existência de vida no Planeta Vermelho.

 

A pesquisa foi conduzida por cientistas japoneses, como Atsuko Kobayashi do Earth-Life Science Institute (Elsi) e Mizuno Koike do Institute of Space and Astronautical Science. O objeto de estudo foi um meteorito marciano encontrado na Antártida em 1984 e batizado com o nome Allan Hills 84001 (ALH84001).

 

Esse objeto fazia parte da superfície de Marte no passado, mas foi arremessado ao espaço pela queda de um grande meteoro na superfície do planeta há cerca de 15 milhões de anos, vindo a cair posteriormente em nosso planeta.

 

Os cientistas americanos que localizaram a rocha defendiam a existência de vida naquele planeta com base na presença de glóbulos carbonáticos (característicos de águas subterrâneas) e moléculas orgânicas. A comunidade científica da época rejeitou as evidências, considerando-as não convincentes e contaminadas com materiais terrestres.

 

O que há de novo no meteorito

 

Nos novos estudos realizados, os pesquisadores analisaram o meteorito literalmente sob uma nova ótica. Foram utilizadas técnicas analíticas moderníssimas e altamente precisas, como um novo tipo de espectroscopia por raios X capaz de detectar nitrogênio na superfície do meteorito e continuar traçando o ametal até os minerais carbonáticos.

 

“Nossa maior descoberta” — explica Kobayashi — “é que existem moléculas orgânicas contendo nitrogênio preso no interior das finas camadas de carbonato. E sabemos, de outros estudos, que os carbonatos se formaram há cerca de quatro bilhões de anos. Portanto, essas moléculas orgânicas devem ter essa idade”.

 

A detecção desse nitrogênio indica que, no princípio, Marte apresentava um ambiente menos rico em oxigênio como previam os especialistas americanos. A química do nitrogênio agora estudada indica a atmosfera do planeta não tinha muito oxigênio quando aquelas moléculas foram formadas, e esta é uma informação nova, destaca Kobayashi.

 

Ele acredita que, devido a essas características, e também ao fato de que o Planeta Vermelho era mais úmido, o início de Marte deve ter sido parecido com o que a Terra é hoje, o que inclui a possibilidade de existência de formas de vida.

 

Fonte: Mega Curioso


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