Um time de pesquisadores norte-americanos e britânicos usou dados coletados pelo Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, e pelo radiotelescópio Very Large Array (VLA), da Fundação Nacional de Ciência Karl G. Jansky, para calcular com qual velocidade os ventos circulam em uma (quase) estrela. Esta é a primeira vez que esse tipo de medição é realizado e, como você deve imaginar, a ventania em astros como esses é bruta!
Brisa…
O astro em questão consiste em uma anã marrom catalogada como 2MASS J10475385+2124234 e que se encontra a mais ou menos 34 anos-luz de distância da Terra. Esse astro tem dimensões semelhantes às de Júpiter, só que é cerca de 40 vezes mais massivo – e não possui massa suficiente para abrigar as reações termonucleares que normalmente ocorrem nos núcleos de estrelas propriamente ditas.
Isso quer dizer que as anãs marrons são, em poucas palavras, quase-estrelas muitas vezes referidas como “estrelas fracassadas”. O fato é que, para calcular com qual velocidade os ventos circulam pela anã, além de examinar as observações conduzidas pelos telescópios que mencionamos antes, os cientistas também se basearam em estudos relacionados com gigantes gasosos que compõem o Sistema Solar.
Mais especificamente, os pesquisadores levaram em consideração observações conduzidas em Júpiter que apontaram disparidades em seu período rotacional. Radiotelescópios captaram emissões produzidas pela interação entre elétrons e o campo magnético do planeta, originário mais ao interior do planeta, revelando um período rotacional, enquanto observações conduzidas em comprimentos de onda na faixa visível e do infravermelho, focadas nas camadas mais externas da atmosfera jupteriana, apontaram um período diferente.
Esses levantamentos, por sua vez, ajudaram os cientistas a demonstrar que a atmosfera do planeta “gira” mais depressa do que a sua região interior, assim como a modelar a dinâmica de ventos em Júpiter – que podem chegar a 370 quilômetros por hora e são parcialmente responsáveis pela tal diferença no período orbital.
Enfim, os cientistas resolveram aplicar o mesmo raciocínio para observar como seria a dinâmica na anã marrom. Pois, depois de conduzir observações semelhantes, os pesquisadores descobriram que também havia diferenças entre a velocidade de rotação das camadas mais externas da atmosfera e seu interior – e que os ventos sopram na “quase-estrela” a quase 2,3 mil quilômetros por hora. Já pensou em como não deve ser em uma estrelona de verdade?
O bacana do estudo é que esse mesmo método pode ser usado para auxiliar na medição de ventos em outras “estrelas fracassadas” e também em exoplanetas – além de ajudar os cientistas a compreenderem melhor como funcionam os mecanismos atmosféricos em astros distantes.
Fonte: Mega Curioso
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