A ausência de chuvas na cidade e os níveis baixos das represas têm levado a população a tomar medidas mais efetivas para garantir que não falte água em casa. Diante da recente crise hídrica, muitas pessoas estão buscando armazenar garrafas e tambores cheios do líquido.

 

Entretanto, comprar dezenas de litros de água no supermercado e encher vasilhames pode não garantir que o usuário tenha sua própria fonte potável. As altas temperaturas e o local de armazenamento podem causar problemas.

 

Para esclarecer dúvidas comuns da população, o empreendedor social Edison Urbano, um dos criadores do projeto Cisterna Já, e o consultor ambiental Alessandro Azzoni respondem algumas questões sobre o tema:

 

– Água estraga?

Alessandro Azzoni: Muitas pessoas bebem água comprada em galão e deixada num carro quente, horas a fio. A exposição ao sol altera o equilíbrio químico, especialmente se for uma água mineral da fonte. Uma garrafa de plástico lacrada pode durar em média de sessenta a noventa dias, por exemplo. Depois de aberta, o ideal é consumir o conteúdo em dez dias, para manter a qualidade.

 

– Qual o melhor recipiente para armazenar a água, vidro ou plástico?

Edison Urbano: O ideal é o vidro, pois ele é ecologicamente mais correto que o plástico. O problema é que as garrafas de vidro são mais difíceis de lacrar, por isso a maioria das pessoas preferem as de plástico. Entretanto, as PETs podem soltar componentes químicos, dependendo do tempo de acúmulo e do local onde ficam guardadas.

 

– Existe um ambiente ideal para deixar os recipientes com água?

Alessandro Azzoni: No caso dá água mineral, mesmo lacrada, a exposição ao sol pode provocar fungos. Afinal, quando ela entra em processo de fotossíntese, as algas se multiplicam com a luz. Lugares escuros e com temperaturas mais amenas são ideais para guardar as garrafas. Evite armazenar seus produtos de água na garagem, sob o sol, perto de fumaça de gasolina, pesticidas e outros produtos químicos que poderiam, no mínimo, afetar o cheiro e o gosto do líquido.

 

– Existe diferença para armazenar a água que recolhemos da chuva, por exemplo?

Edison Urbano: A que vem da rede é tratada, filtrada e recebe substâncias para eliminar qualquer tipo de impureza, o que faz aumentar o tempo de consumo. Já a água de reuso, que vem da chuva, banho ou lavagem de roupa, por exemplo, deve receber um pouco de cloro orgânico para evitar proliferação de bactérias e tem de ser utilizada no máximo em dois dias. Lembrando que é preciso deixá-la em um recipiente totalmente fechado para evitar qualquer tipo de contaminação.

 

– Armazenar a água em tambores é maléfico ou benéfico?

Alessandro Azzoni: Os tambores com tampa ajudam a manter a purificação da água, mas especificamente a que for separada para o reuso. Essa tampa ajuda a minimizar o contato com o ar, o que mantém mais tempo de conservação. Lembrando que a água usada para consumo não deve ser armazenada em um tambor, já que higienizá-lo por completo é quase impossível.

 

 

Fonte:Veja SP


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