Para a física Jessica Wade, do Reino Unido, é extremamente importante que mais meninas escolham carreiras científicas. Por isso, ela faz de tudo para atrair as jovens e trazer mais oportunidade de facilitar esse caminho. Sendo assim, Jessica colabora com o Instituto de Física britânico e dá palestras em colégios. Mas, além disso, ela também possui uma outra estratégia um tanto quanto diferente. Para aumentar a representação de mulheres na ciência, Jéssica adiciona a biografia de uma cientista por dia na Wikipédia.
Para Wade, é muito importante para uma menina ter referências femininas. “Quando comecei a fazer minha tese de doutorado, era a única garota no grupo de pesquisa. Minha melhor amiga se pós-graduou e para mim de repente ficou muito difícil continuar na universidade que eu amava tanto sem uma rede de apoio. Foi então que percebi que isso deve acontecer com todas as mulheres em todos os departamentos, quando não têm essa melhor amiga”, afirma Jessica.
Uma forma de aumentar a representação de mulheres na ciência
Em sua graduação e mestrado, Jessica estudou no “Imperial College de Londres”. Hoje, ela trabalha no estudo da eletrônica dos polímeros. Porém, também faz sua parte para divulgar o trabalho de outras cientistas. Segundo ela, esse “é um movimento global”. Portanto, ela não é a primeira e nem a única que dedica seu tempo para tal tarefa.
De acordo com a pesquisadora, sua inspiração foi a estudante de medicina Emily Temple-Wood, dos Estados Unidos, que começou a editar a Wikipédia aos 12 anos de idade. Nessa época, Emily havia começado a receber uma onda de comentários misóginos. Mas, ao invés de revidar, ela decidiu concentrar sua raiva em algo construtivo. Assim, ela passou a escrever uma biografia na Wikipédia sobre uma mulher cientista para cada mensagem abusiva que recebia.
Em pouquíssimo tempo, Emily havia criado um grupo de colaboradores que também conseguiu melhorar os artigos sobre outras cientistas. Para se ter uma ideia, esses artigos eram considerados acima da média de toda a enciclopédia. Com isso, esse movimento ficou conhecido como “efeito Keilana”, em homenagem a Emily, que iniciou tudo.
O que contam as biografias de cientistas mulheres?
O mais revoltante é que, mesmo as páginas da Wikipédia que são voltadas para cientistas mulheres, não falam sobre elas. “Essa não é só uma realidade triste e discriminatória; é que, além disso, as poucas páginas que existem sobre cientistas costumam se limitar a enumerar os prêmios que elas receberam, mencionar o fato de serem mulheres ou falar de seus maridos. Há pouquíssima informação sobre suas pesquisas”, afirma Jessica. “E se você for à página de uma disciplina científica onde sabe que uma mulher fez uma contribuição importante, é muito raro que mencionem o nome dela ou sua contribuição. Fico furiosíssima”, completa a física.
Sendo um dos principais mecanismos de pesquisa, é no mínimo revoltando que não tenhamos acesso a esse tipo de informação. “Às vezes você cria uma página sobre uma mulher que contribui mais para o diálogo sobre a ciência do que diretamente para a pesquisa, e as pessoas rapidamente começam a apontar que não há notabilidade ou que não ela tem fez nenhuma contribuição. É horrível ler isso”, afirma Jessica. “Seria horrível ler isso sobre você”, completa. Por fim, Jessica também recomenda que, para quem quiser ajudar, não é necessário já chegar escrevendo páginas e páginas. Ao invés, disso, traduzir páginas de outra língua já é de grande ajuda. “Isso seria genial”, afirma Jessica.
Fonte: Brasil El País
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