Espaço localizado entre a Bela Vista e a Liberdade é formado por mais de 10 edificações, construídas no início do século 20 com restos de demolição.

 

Caminhar por SP com um pouco de tranquilidade significa descobrir verdadeiras preciosidades arquitetônicas. Em meios aos prédios envidraçados e ao caos urbano, lugares pitorescos, como a Vila Itororó, guardam muito bem a história da cidade e suas transformações.

Ao longo de 80 anos, o espaço serviu como moradia tanto da aristocracia paulistana quanto da população de baixa renda, despertando até o interesse do Sesc, em 1978, para se tornar um centro cultural.

Em 2002, a vila foi tombada pelo CONPRESP e, em 2005, pelo Condephaat, por isso a desapropriação foi inevitável. Após muitas brigas judiciais, em 2013, as 71 famílias que habitavam o local foram encaminhadas para três conjuntos habitacionais, dois localizados nas imediações da vila e um terceiro no Bom Retiro. Iniciava-se assim um processo de restauro realizado pela Prefeitura de São Paulo em parceria com o Instituto Pedra.

Assim, desde setembro de 2021 a Vila Itororó consegue receber os mais variados tipos de atividades culturais com toda a segurança. O público tem acesso a uma programação gratuita de shows, festas, festivais, espetáculos teatrais, sarais e exibição de filmes. Tudo em um ambiente único!

Além disso, o local é sede de um laboratório de fabricação digital da rede FAB LAB LIVRE SP, formado por impressoras 3D, cortadora a laser, fresadora CNC, computadores com software de desenho digital CAD, equipamentos de eletrônica e robótica e ferramentas de marcenaria e mecânica; e do Centro de Referência de Promoção da Igualdade Racial, que oferece orientação profissional em casos de discriminação racial, oficinas, debates e ações culturais para promover a igualdade.

Se você é o tipo de pessoa que adora aprender coisas novas e a colocar a mão na massa, vale a pena ficar atento(a) a programação de oficinas da Vila Itororó.

 

 

As mudanças na Vila Itororó

 

Idealizada e construída por Francisco de Castro, nascido em Guaratinguetá (SP) e filho de portugueses, a vila é fruto direto da modernização de São Paulo, nos anos 1900.

Naquele momento, acontecia a transição para uma economia urbano-industrial, e a população não parava de crescer. Em 1890, eram 65 mil habitantes e, em 1900, esse número chegou a 240 mil.

Esse crescimento desenfreado acarretou uma série de desafios, sobretudo em relação à moradia e criação de infraestrutura. Assim, o setor da construção civil ficou bastante dinâmico, com novas edificações se erguendo do dia para a noite.

O projeto ambicioso de Francisco de Castro foi todo construído com restos de demolição, incluindo carrancas e ornamentos do Teatro São José, inaugurado em 1909 no viaduto do Chá. Há também objetos de origem indeterminada, como vasos, estátuas e estatuetas de ferro fundido, leões, águias, bancos de madeira e placas de bronze.


Fonte: https://catracalivre.com.br/agenda/centro-cultural-vila-itororo-sp/


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