Temperaturas que chegam aos 36º facilmente. Pouca sombra, muito suor. Assim tem sido o verão no Brasil, e olha que ele está apenas começando. Nessa situação, grande parte das pessoas recorre ao bom e velho ar-condicionado como forma de diminuir um pouco a sensação de calor.
No entanto, a constante mudança de um ambiente quente para outro frio e vice-versa pode causar choque térmico, entre outros problemas. “O choque térmico ocorre quando há uma mudança repentina na temperatura do corpo.
A inversão da temperatura do ar inalado, por exemplo, causa ressecamento mucoso das vias aéreas, o que aumenta o risco de infecções”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Leandros Sotiropoulos.
Além do choque térmico, o ar-condicionado, quando usado inadequadamente, pode deixar o organismo muito mais suscetível a problemas respiratórios.
Uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), envolvendo mais de 1.500 pessoas de escritórios da cidade, mostrou que um terço dos participantes expostos diariamente ao ar-condicionado sofria, com frequência, com sintomas, como coceira no nariz, irritação nos olhos, secura na garganta e desconforto, em geral.
A pesquisa apontou ainda que a falta de limpeza desses aparelhos fazia com que o ar circulante dentro do prédio contivesse mais fungos e ácaros do que o de fora, aumentando em até 10 vezes o risco de provocar doenças respiratórias.
“O grande problema, no caso do ar-condicionado, é a falta de higienização adequada dos filtros. A limpeza desses aparelhos é fundamental, pois evita o acúmulo de resíduos, que causam a proliferação de ácaros, fungos, mofo e bactérias, que facilitam o aparecimento de problemas respiratórios”, detalha o médico.
Por isso, o recomendável é que seja feita uma limpeza periódica do ar-condicionado. Já para evitar o choque térmico, existem duas medidas muito simples, que podem fazer toda diferença.
É comum que nos dias muito quentes as pessoas usem o ar-condicionado na potência máxima, mas isso não é indicado. “O ideal é programar o aparelho para temperaturas um pouco mais baixas que a externa. Se lá fora está 35 graus, não é necessário deixar a 18.
Por volta de 24 graus já é o suficiente para refrescar bem”, diz o médico. Essa ação também ajuda a diminuir o ressecamento das mucosas das vias respiratórias. “Vale lembrar que nosso corpo não consegue compensar as bruscas mudanças de temperatura de um minuto para outro. Isso não é comum na natureza”, detalha.
Outra ação simples para que o corpo não sinta tanto a mudança de clima é desligar o ar-condicionado um pouco antes de sair do ambiente climatizado. Dessa forma, o organismo se equilibra novamente, diminuindo as chances de choque térmico.
Além das doenças respiratórias, a mudança de um ambiente frio para outro quente pode fazer a pressão sanguínea cair, por causa dos mecanismos de circulação em vasos centrais e periféricos. Na situação inversa, ou seja, do quente para o frio, a pressão pode aumentar, elevando os riscos de acidentes cardiovasculares.
Fonte: Assessoria de Imprensa Agêncianb Comunicação.
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