Uma equipe de pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, da Universidade Harvard, identificou um dos maiores contribuidores genéticos que definem nossa altura. A descoberta foi publicada na Nature, nesta quarta-feira (13).
Os cientistas estudaram os genes de diversos peruanos, população conhecida por ter a menor média de estatura do mundo. A partir disso, foi identificada uma variante do gene FBN1 (E1297G), que está associada com uma altura mais baixa. Essa variante é encontrada exclusivamente em descendentes de nativos americanos, que são o povo originário da maioria da população peruana. Cerca de 80% dos genes de um peruano comum vem de nativos.
Cada alelo do gene foi atrelado a uma redução de 2,2 centímetros na altura de um indivíduo. As pessoas que têm duas cópias são, em média, 4,4 centímetros mais baixas. Os resultados lançaram uma nova luz sobre futuros estudos da genética humana.
E não para por aí: os pesquisadores sabiam que uma grande variedade de mutações no gene FBN1 causava a síndrome de Marfan — distúrbio que causa hipermobilidade das articulações, maior altura em comparação com familiares e problemas cardiovasculares. Felizmente, de acordo com o estudo, a nova variante não tem a ver com a doença.
A pesquisa também apontou que a distribuição da E1297G parece ter sido resultado da seleção natural — processo evolutivo sugerido por Darwin no qual a natureza seleciona indivíduos mais adaptados a determinadas condições —, visto que a nova variante é mais frequente nas populações peruanas costeiras do que nas dos Andes ou da Amazônia.
Ao analisar genomas europeus e da América do Norte, os pesquisadores concluíram que a variante não está presente nesses grupos, dando mais força à teoria da seleção natural entre os latinos.
Essas descobertas destacam a importância de incluir diversas populações em pesquisas biomédicas. “Qualquer pessoa deixada de fora provavelmente não colherá os benefícios desse tipo de pesquisa”. diz William Johnston, professor de Saúde Global de Harvard e autor sênior do estudo, em nota.
Fonte: Revista Galileu.
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