Cientistas do Departamento de Antropologia Evolutiva do Instituto Max Planck, em Leipzig, na Alemanha, identificaram as evidências mais antigas de que se tem notícia da presença de humanos modernos no continente europeu. A descoberta ocorreu após a datação de fragmentos de ossos e artefatos encontrados no interior de uma caverna na Bulgária revelarem que os fósseis têm entre 45.820 e 43.650 anos – com alguns deles podendo somar até 46.940 anos de antiguidade.
Convivência
Os artefatos foram descobertos na caverna Bacho Kiro, situada aos pés dos Bálcãs, no interior da Bulgária, um sítio arqueológico que consiste em um velho conhecido dos pesquisadores por conta da quantidade de fósseis que abriga. Diversas escavações foram conduzidas no local ao longo das décadas – dando lugar a descobertas de diversos fragmentos humanos. No entanto, foi durante trabalhos realizados em 2015 que os cientistas se depararam com a camada de sedimentos contendo os exemplares cujo estudo foi apresentado agora.
Na realidade, em se tratando de fósseis tão antigos – os artefatos são do Pleistoceno –, é um desafio determinar a idade exata dos objetos e diferenciar quais fragmentos são humanos de outras espécies de hominídeos ou animais. Assim, os cientistas do instituto submeteram as peças a uma técnica de espectrometria chamada ZooMS que permitiu obter sequências proteicas dos ossos e compará-las às de outros fósseis de Homo sapiens.
Além desse método, os pesquisadores utilizaram a datação por radiocarbono e o sequenciamento genético mitocondrial de amostras coletadas dos fragmentos e, a partir dos resultados, chegaram às datas que mencionamos antes. Assim, a definição da antiguidade dos fósseis aponta que os humanos modernos já habitavam o continente europeu pelo menos 2 mil anos antes do que o indicado por artefatos descobertos até então em outros sítios arqueológicos espalhados pela Europa.
As técnicas permitiram, ainda, que os cientistas estudassem e identificassem 23 espécies diferentes de animais, sem falar que as escavações resultaram na descoberta de ferramentas talhadas em pedra e adornos, incluindo pendentes de dentes de urso semelhantes a artefatos encontrados em uma caverna na França e que foram produzidos por Neandertais.
Esses objetos, aliás, sugerem que é possível que as interações entre os Neandertais – que já ocupavam a Europa quando os humanos modernos migraram da África para lá – tenham inspirado os H. sapiens a produzir adornos parecidos e também utensílios de pedra. Ademais, a descoberta indica que Neandertais e humanos convieram por mais tempo do que se pensava. Até que, no transcorrer de vários milhares de anos de contato, a nossa espécie acabou por dominar a Europa e (de uma forma ou outra) levar ao desaparecimento dos então nativos.
Fonte: Tecmundo.
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