Depois de assistir uma coletiva de imprensa do Ministério da Saúde no final de março, o curitibano Faissal Nemer Hajar, de 21 anos, teve a ideia de criar um site para mapear onde estão localizados casos de infecções pelo novo coronavírus. Dessa forma, é possível descobrir se você mora em uma área de risco de Covid-19.

No coletiva de imprensa em questão, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta falava sobre como as tecnologias podiam identificar infecções de Covid-19. “Eu percebi que não tinha nenhuma plataforma desse tipo ainda para a Covid-19 e que eu poderia fazer uma”, afirma Faissal. Depois disso, o jovem aprendeu a programar e, em dois meses, a ideia se transformou no projeto ‘Juntos Contra o Covid”, que por meio de um site colaborativo, é possível mapear casos de coronavírus no Brasil.

O site utiliza dados fornecidos pelos próprios usuários

Até o momento, o site já recebeu mais de 170 mil colaborações de dados. Com tantos acessos, ele precisou passar por uma reestruturação, mas já está de volta no ar.

No site, é possível informar sexo, idade e o endereço. Além de também, se o usuário foi vacinado contra gripe e testado para Covid-19. Ou ainda, caso tenha contraído a doença, se teve sintomas ou não. No questionário, também é perguntado se tem algum problema de saúde, se entrou em contato com suspeitos ou confirmados. Por fim, o usuário também pode responder se viajou para lugar onde há a chamada transmissão comunitária. Ou seja, onde o vírus circula livremente.

Essas informações enviadas por usuários estarão disponíveis para a consulta, mas a identidade e o endereço de e-mail são mantidos em sigilo. Em seguida, os dados são levados em consideração pelo algoritmo e divididos em três categorias. São elas: baixo, médio e alto risco, respectivamente identificados por pontos com cores, azul, amarelo e vermelho.

Mais de 170 mil pessoas já contribuíram com informações

Assim que uma pessoa entra no site, ela pode checar sua região no mapa. Desse modo, são mostrados quantos pontos azuis, amarelos e vermelhos existem próximo a ela. Assim, é possível entender se aquele ponto é ou não considerado uma área de risco de Covid-19.

Contudo, mesmo que os resultados sejam promissores, os dados não representam um número real e inteiramente certo sobre os casos. “Queremos conscientizar as pessoas sobre a presença do coronavírus onde elas moram. Mas a gente ressalta que, mesmo onde só há pontos azuis, não significa que o vírus não esteja presente, porque até 30% das infecções podem ser assintomáticas”, afirma Faissal.

Além de ser um recurso para a população buscar informações, o site também servirá como base de dados para estudos futuros sobre a pandemia. “Queremos ajudar a entender o que aconteceu agora e, caso seja possível, em outras pandemias no futuro”, afirma Faissal.

No entanto, a plataforma ainda enfrenta uma série de desafios, sendo que, a principal delas está relacionada a dificuldade de acesso da população a um smartphone ou computador. Com isso, um grande percentual da população acaba não sendo incluído no banco de dados. Além disso, os dados podem ficar desatualizados em pouco tempo. De toda forma, o médico ressalta que, quanto mais pessoas contribuírem com o site, mais precisas serão as informações exibidas pelo mapa.

 

Fonte: BBC Brasil


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