Desde o último mês de junho, a compra da 21st Century Fox pela Disney virou uma verdadeira novela repleta de contornos dramáticos, com a Comcast entrando definitivamente na disputa pela empresa de Rupert Murdoch. Quando se imaginava que tudo tinha se resolvido e que as negociações estavam próximas de serem encerradas, um acionista da Fox decidiu entrar com um processo para barrar o negócio. Mesmo diante dessas adversidades, a Disney dificilmente se dará por vencida, até porque o negócio pode se mostrar ainda mais vantajoso do que o esperado inicialmente.
Conforme um relatório divulgado pelo CNN Money, que tomou como base dados fornecidos pelo site Box Office Mojo, se considerarmos apenas os filmes lançados até o presente momento pela Disney e pela Fox em 2018, os estúdios seriam responsáveis por quase metade de toda a bilheteria gerada nos EUA. Isso se deve em muito ao fato de que os três filmes com maior bilheteria no dito mercado doméstico nesse ano são da Disney, sendo eles “Pantera Negra” (US$ 699.9 milhões), “Vingadores: Guerra Infinita” (US$ 675.9 milhões) e “Os Incríveis 2” (US$ 535.8 milhões), ao passo em que “Deadpool 2” (US$ 316.2 milhões), da Fox, ocupa a 5ª posição do ranking. O top 10 de maiores bilheterias de 2018 nos EUA ainda conta com duas outras produções da Disney: “Han Solo: Uma História Star Wars” (US$ 211.9 milhões), em 6º lugar, e “Homem-Formiga e a Vespa” (US$ 132.8 milhões), na 9ª posição.
De acordo com Barton Crocket, um analista sênior da FBR Capital Markets, o percentual de domínio combinado da Disney e da Fox no que diz respeito à bilheteria nos EUA deve cair um pouco até o final do ano, passando de quase 50% para aproximadamente 40%. O analista considera essa queda natural, já que ambos os estúdios já lançaram seus principais blockbusters desse ano, e ressalta que um controle de 40% sobre a bilheteria do país ainda é um número que corresponde a uma fatia substancial do mercado, de modo que a compra da 21st Century Fox pela Disney faria desta o “Walmart de Hollywood“.
À título de comparação, os únicos estúdios que chegariam “perto” do domínio da Disney se esta efetivamente conseguir comprar a Fox seriam a Time Warner, com 16% do mercado, e a NBC/Universal, que detém 15% da bilheteria norte-americana de 2018.
É importante lembrar que, além dos óbvios benefícios no que concerne ao controle da bilheteria não apenas nos EUA, mas em nível global, a compra da Fox pela Disney seria extremamente positiva para esta em diversos aspectos, alavancando sua posição no mercado de serviços de streaming, por exemplo. Além disso, esse negócio colocaria a Disney em uma posição privilegiada em futuras negociações com redes de cinema.
Ainda no ano passado, a Disney conseguiu, após algumas controvérsias, firmar um acordo com as redes dos EUA para ficar com 65% do valor dos ingressos vendidos de “Star Wars: Os Últimos Jedi“, um valor consideravelmente superior aos usuais 55% acordados entre as redes de cinema e os grandes estúdios. Uma vez concretizada a aquisição da Fox, a Disney poderia efetuar manobras desse tipo com maior habitualidade e facilidade, segundo Crockett.
A deliberação para decidir sobre o destino da junção Fox-Disney deverá ser feita no dia 27 de julho.
Fonte: Cinema com Rapadura
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