Um estudo recente envolvendo instituições de China, Estados Unidos e Canadá encontrou evidências de cromossomos e DNA bem preservados em células de cartilagens fossilizadas. Os vestígios foram descobertos em crânios de filhotes de dinossauros da espécie Hypacrosaurus stebingeri, que morreram há 75 milhões de anos.

 

Os hypacrossauros viveram na América do Norte durante o fim do período Cretáceo, eram semi-bípedes e tinham uma alimentação baseada em plantas. Com cerca de 9 metros de comprimento e quase 4 metros de altura, eles podiam pesar até 4 toneladas.

 

Descobertas

 

A pesquisa, publicada na National Science Review, foi liderada pelas cientistas Alida Bailleul, do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados da Academia Chinesa de Ciências, e por Mary Schweitzer, da Universidade Estadual da Carolina do Norte. Sua equipe se deu conta da importância dos fósseis ao notar duas microscópicas células unidas, que foram preservadas enquanto passavam por uma das últimas fases da divisão celular, como mostra a primeira imagem abaixo.

 

Em seu interior, apresentado na imagem central, também é possível observar um material escuro, que seriam os cromossomos. Para comprovar a presença do vestígio de material genético, os pesquisadores usaram iodeto de propídeo, um corante de DNA. À direita, o ponto vermelho representa a célula de cartilagem isolada que reagiu ao componente químico.

 

Após o achado, Bailleul e Schweitzer, juntamente com a diretora do laboratório Wenxia Zheng, procuraram determinar se as moléculas originais não haviam sofrido mutações ao longo do tempo. A equipe realizou, então, análises imunológicas e histoquímicas no crânio de outro filhote de hypacrossauro, também desse mesmo ninho.

 

Assim, os pesquisadores descobriram que o material orgânico em torno das células da cartilagem reagiu aos anticorpos do colágeno – proteína dominante na cartilagem de todos os vertebrados –, mostrando que, sim, as proteínas cartilaginosas no dinossauro eram originais.

 

Jurassic Park?

 

“Esses interessantes novos resultados aumentam as evidências de que as células e algumas de suas biomoléculas podem persistir ao longo do tempo”, afirmou Bailleul em comunicado. “Eles sugerem que o DNA pode ser preservado por dezenas de milhões de anos, e esperamos que este estudo incentive os cientistas que trabalham com o DNA para revelar todos os segredos moleculares desconhecidos que os tecidos antigos possuem.”

 

Parte da comunidade científica, no entanto, vê a descoberta com descrença, sugerindo que ainda faltam mais estudos para entender por quanto tempo podem durar os vestígios de DNA.

 

Fonte: Revista Galileu


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