Conhecida como “Cidade do Aço”, por abrigar a Companhia Siderúrgica Nacional, o município de Volta Redonda tem visto nascer, e se sobrepor à alcunha de polo industrial fluminense, um efervescente movimento cultural que tem revelado bandas que navegam por entre as caixas de som dos PCs e os fones de ouvidos dos cerca de 300 mil habitantes do município. É o caso do grupo de hip hop DM 710 (quem diria que do aço também nasce música, não é mesmo?), que se prepara para o lançamento do álbum de estreia, após alguns singles bem sucedidos nos meios independentes.
O trabalho está em fase de produção, com uma particularidade: são sete músicas a serem lançadas em doses homeopáticas: uma a cada mês, algumas com videoclipes e outras com lyric vídeos. A primeira canção chama-se ‘A Chave”’ e já está disponível em https://youtu.be/j0dOKZRp69U).
As letras do novo álbum trazem referências literárias, cinematográficas e políticas – referências estas absorvidas pelo viés da cultura pop que, por sua vez, desmontam padrões através da dura poesia que permeia a conturbada relação proletariado e riqueza/mais-valia e diferenças de oportunidades e modos de vida – sempre presentes na temática rapper.
Essa, aliás, é uma realidade bem conhecida pelos quatro amigos de infância que se conheceram no bairro/comunidade de São Geraldo e que, em 2015, resolveram criar o DMRap. Nicholas, Ruan, Fábio e Felipe, mais representados por seus apelidos rappers, respectivamente BH, MK, FT e Pigmeu, começaram de forma despretensiosa, quase uma brincadeira, escrevendo algumas letras baseadas nas mensagens e na vivência que gostariam de expôr – espécie de catarse que acabou levando a gravações em estúdio, sob a tutela do produtor Beatmaker Filemon.
O som visceral e as letras fortes cantadas pelo quarteto, que na banda atuam como vocalistas e compositores, chamaram a atenção e os rapazes passaram a se apresentar em pequenas apresentações pelas comunidades da cidade. Pegaram a estrada, chegaram a outras regiões do Rio de Janeiro e abriram shows para grupos mais conhecidos no meio rapper.
Com a experiência e o amadurecimento, o DM710 passou a entender o rap como missão – e o que antes era quase um passatempo acabou tornando-se meio de vida. “Foi muito importante porque nos deu a consciência do rap e do hip hop como importantes ferramentas de chamamento e modificação social, capazes de influenciar pessoas e promover mudanças positivas em suas vidas”, diz Nicholas BH. “O nome da banda, DM, representa isso”, diz ele. “Além de representar a praça Domingos de Maia, onde nasceu o grupo, é uma sigla para Direta Mensagem, que é o que pretendemos passar pra galera com a nossa música”.
Mas e o 710?
“Ah, essa é uma referência bem mais sentimental”, revela Nicholas, que explica que 710 é uma junção dos números do ónibus São Geraldo, que remete à infância dos quatro e é também uma tag usada há muito tempo pela antiga geração de MCs e de grafiteiros do bairro onde Nicholas, Ruan, Fábio e Felipe cresceram.
“Agora, depois de cinco anos de estrada e mais de 20 e tantos outros muito bem vividos como cidadãos proletários, temos muito a dizer no novo álbum. Chegou a hora de estourar nosso som para o mundo, em forma de revolução musical”, diz Nicholas.
O lançamento do álbum começa em abril, abrindo as músicas uma a uma, e mensalmente, começando com `A Chave` e seguindo por mais seis meses. O projeto conta ainda um cronograma de apresentações que se inicia em abril – logo de cara fazendo abertura para o show do lendário Armandinho, em Volta Redonda, e de uma programação já agendada em casas de shows e festas a partir de maio em São Paulo.
DMRap 710: quem é quem
Nicholas (BH): 21 anos, natural de Salvador, mudou aos 8 anos para o bairro São Geraldo, onde fui criado. Desde pequeno ouvia RAP e cantores como Charlie Brown, uma de suas principais influências. Começou a escrever letras no caderno como forma de expressão, desabafo e alívio.
Ruan (MK): 22anos, natural de Volta Redonda, conheceu a música ainda novo cantando em karaokês, incentivado pelo pai. Em 2009 fez seu primeiro som funk, com produção caseira..Em 2010 gravou outra música e não parou mais.
Fabio (FT) : Mais conhecido como “Tissi” ou “FT”, tem 21 anos e é natural de Volta Redonda/RJ e criado no bairro São Geraldo.Conheceu o rap através de alguns discos emprestados por um primo e começou a arristar algumas letras e beats, até que começou a gravar em estúdio. Conheceu a ‘Roda de Rima de Volta Redonda’ (encontro de rappers, grafiteiros e mobilizadores da cultura urbana que agita a cena cultural alternativa de Volta Redonda desde 2012) e passou a participar de batalhas de rap.
Felipe (Pigmeu): 23, estudante de psicologia à noite e vendedor de loja durante o dia, é conhecido como ‘Pigmeu’. É natural de Voltta Redonda e `cria ` da comunidade São Geraldo. Conheceu o rap através da família mas só passou a fazer música aos 13/14 anos, quando um professor de literatura, que também é rapper, o incentivou. “Sempre escrevi como forma de comunicação com o mundo exterior”, diz Felipe.
Fonte: Assessoria de Imprensa Allameda
Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.