Em uma galeria de arte, no bairro de Santa Cecília, e um cardápio de treze paródias, que abordam temas como desmatamento, privatização e a importância do SUS, o público é convidado a soltar a voz, ao estilo de um Karaokê
Há mais de seis anos, o ator e dramaturgo ALE procura lançar um olhar contemporâneo para a bufonaria. Bufão-Okê? é resultado desse mergulho no comportamento desses personagens cômicos e traz para cena o arquétipo mais conhecido dos Bufões, o Bobo da Corte. Mas, diferentemente de seus pares medievais, seu bufão não está a serviço dos poderosos, mas das pessoas oprimidas por eles. Assim, ele lança olhares agudos sobre problemas cotidianos do Brasil. Por meio de parodias e esquetes, ALE interpreta seu personagem em uma temporada com estreia marcada para o dia 21 de julho de 2023, com sessões às sextas e sábados, na Galeria Dandi (Rua Barão de Tatuí, nº 19, 1º and, Santa Cecília, São Paulo). A casa estará aberta a partir de 19h30 para receber o público e a performance acontece às 20h30. No fim, o público também pode se juntar ao karaokê.
A história começa durante a pandemia, quando vários bufões ocupam um karaokê abandonado. Mas a polícia chega com truculência para tirá-los dali e todos os bufões somem, menos um, que se safou escondendo-se no sofá do espaço. “Esse trauma gera no Bufão o Transtorno Dissociativo de Identidade e ele passa a desenvolver diversas personalidades: ora um humano, ora bichos, ora sentimentos, ora objetos”, revela ALE.
Em cena, o Bufão está sozinho contracenando com as outras personalidades dele. “Ele ouve vozes e isso gera ação. Mas tudo isso precisa ser resolvido rápido porque a polícia pode chegar no espaço a qualquer momento”, completa o ator.
As paródias, criadas a partir de grandes sucessos da música brasileira – como “A Lenda da privatização”, “Bichos escrotamente extintos”, “Trabalho não é brincadeira de criança”, “Dormi na praça porque não tenho casa”, “Evidências ignoradas” -, geram gatilhos para esquetes curtas com temas comuns e caros ao Brasil: desmatamento, importância do SUS, o jeitinho brasileiro, o transporte público precário.
O Bufão-Okê? dá voz, assim, aos grupos historicamente oprimidos por “piadas” em um espetáculo que gera um karaokê, e a Bufonaria é usada para reposicionar o humor. Por meio de um formato interativo, o público também pode soltar a voz. O espetáculo-karaokê aposta nessa figura medieval para questionar a afirmação repetida há décadas: no Brasil, o povo faz papel de bobo.
Ficha técnica
Texto e atuação: ALE
Direção: Marcio de Castro
Desenho de luz: Laiza Menegassi
Desenho de som: Leandro Simões
Cenário, figurino e maquiagem: Rogério Romualdo
Preparação corporal: Lucas Vedovoto
Paródias: ALE e Breno da Matta
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Produção: Catarina Milani
Fotos e vídeos: Marcelo Machado
Serviço
De 21 de julho a 26 de agosto de 2023
Galeria de Arte | Rua Barão de Tatuí, 19, 1º andar, Santa Cecília, São Paulo, SP
Lotação: 50 pessoas | Duração: 50 minutos | Gênero: Teatro musical – Karaokê
Sextas e sábados, 19h30 (abertura da casa); às 20h30 a apresentação
Ingressos: R$ 20,00
Na portaria ou via Sympla
Recomendação: 16 anos
Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa Há 30 anos divulgando cultura
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