Recentemente, uma empresa mineradora destruiu cavernas de 46 mil anos que eram um local sagrado para os povos aborígenes da Austrália. Dessa forma, o local foi destruído para dar lugar a um local de mineração de ferro na área. Segundo o ministro federal para assuntos indígenas, Ken Wyatt, esse episódio pode ser descrito como um “erro incompreensível”.

No dia 24 de maio, a empresa de mineração “Rio Tinto” aniquilou os dois únicos sistemas de cavernas australianos com evidências de ocupação durante a Era do Gelo. Por milênios, essas foram importantes estruturas histórias. Sendo até então, elas eram tidas como símbolos únicos da história humana. Contudo, agora, não há mais nada para ser preservado.

Duas cavernas únicas na história da humanidade

Mesmo sendo um erro irreversível, a justificativa encontrada para o desastre está no fato das cavernas de Juukan Gorge estarem próximas à mina de ferro Brockman 4, da companhia anglo-australiana. No entanto, nada justifica o erro cometido.

Atualmente, as cavernas são propriedades do povo Puutu Kunti Kurrama e Pinikura (PKKP). Isso porque, durante anos e especialmente nos últimos sete, eles lutaram contra a destruição de sua cultura. Entretanto, mesmo que resultado de um “erro”, esse é um momento muito delicado para a luta dos representantes aborígenes. “É muito, muito difícil engolir isso. Não está mais lá”, afirmou Burchell Hayes, diretor da “PKKP Aboriginal Corporation” e membro do “Comitê de Terras de Kurrama”.

Uma vez que o erro foi descoberto, o PKKP afirmou que havia se oferecido para negociar com mineradora. Contudo, a Rio Tinto afirmou que os explosivos já haviam sido lançados nas cavernas. Por isso, seria impossível de removê-los. “É terrível. E é realmente emocionante quando você percebe há quanto tempo aqueles locais existiam. Além disso, o povo Puutu Kunti Kurrama e o povo Pinikura possuíam uma conexão direta com o local. É onde nossos ancestrais ocuparam o país”, afirma Hayes.

Pode ser que nem tudo esteja perdido

Em 2014, arqueólogos conseguiram recuperar 7 mil artefatos das cavernas, o que incluía pedras de amolar, um osso afiado e um cinto de cabelo trançado de 4 mil. Tudo isso aconteceu antes da terrível destruição que finalmente ocorreu este ano.

No entanto, o dano se mostra irreversível e o que foi recuperado não se compara ao que foi perdido. “Em 2013, foi concedido consentimento ministerial para permitir à Rio Tinto realizar atividades nas minas de Brockman 4 que impactariam os abrigos de pedra Juukan 1 e Juukan 2. A Rio Tinto trabalhou construtivamente em conjunto com o pessoal da PKKP em uma variedade de assuntos patrimoniais nos termos do contrato e, onde praticável, modificou suas operações para evitar impactos no patrimônio e proteger locais de importância cultural para o grupo”, afirmou a empresa em comunicado.

Em um outro comunicado, o CEO da Rio Tinto, Chris Salisbury, pediu desculpas por todo e qualquer sofrimento que a empresa tenha causado. “Prestamos nossos respeitos ao povo Puutu Kunti Kurrama e Pinikura (PKKP), e lamentamos a angústia que causamos”, afirmou. Por fim, atualmente, a “Lei do Patrimônio Aborígene” está passando por revisões afim de evitar que situações como essa surjam no futuro.

Fonte: Fatos Desconhecidos


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