Dois novos estudos sobre o sistema imunológico das pessoas infectadas pelo novo coronavírus estão ajudando os especialistas a compreenderem a importância das células T no combate à Covid-19. O papel dessas células do sistema imunológico — responsáveis por proteger nosso organismo de invasores desconhecidos — era desconhecido no combate ao Sars-CoV-2 até agora.
As células T podem ser divididas em dois grupos: “auxiliares” e “assassinas”. As primeira têm como função estimular a ação das células B, que produzem os anticorpos. Já as “assassinas” se dedicam a destruir células infectadas pelo patógeno que está sendo combatido.
Usando ferramentas de bioinformática, uma equipe do Instituto de Imunologia La Jolla, nos Estados Unidos, conseguiu prever quais partes das proteínas do novo coronavírus provocariam uma resposta mais poderosa das células T. As conclusões da equipe foram publicadas na quinta-feira (14) no periódico Cell.
Segundo os pesquisadores, eles estudaram as células do sistema imune de dez pacientes que se recuperaram de casos leves de Covid-19 e descobriram que todos tinham células T capazes de reconhecer a proteína spike do Sars-CoV-2. Além disso, os voluntários também apresentaram células T auxiliares capazes de reagir com outras proteínas do novo coronavírus.
Os resultados coincidem com os de um estudo conduzido por uma equipe do Hospital Universitário Charité, na Alemanha, e publicado no medRxiv no fim de abril. Estes outros pesquisadores identificaram a presença de células T auxiliares direcionadas à proteína spike em 15 dos 18 pacientes hospitalizados com a Covid-19.
Ambos os grupos também analisaram o sistema imunológico de pessoas que não foram infectadas pelo Sars-CoV-2 — e descobriram que uma parcela delas produz células T auxiliares capazes de identificar as proteínas do novo coronavírus. A hipótese dos cientistas é que o contato com outros tipos de coronavírus tenha estimulado a produção dessas partículas.
“[Os resultados sugerem que] uma razão pela qual grande parte da população pode lidar com o vírus é que podemos ter uma pequena imunidade residual de nossa exposição ao vírus do resfriado comum”, explicou o imunologista Steven Varga, que participou da pesquisa, em entrevista à revista Science.
Fonte: Revista Galileu.
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