O espetáculo fala sobre empatia e desconstrução. Depois de ter vivido tantos processos de investigação interna, surgiu a necessidade de criar um trabalho artístico sobre o eu ideal e o eu verdadeiro, sobre a aceitação de sermos tantos fragmentos. Usar o pensamento para nos definir é algo que nos limita”, conta Adriana Perin. “Em cada uma dessas jornadas é surpreendente o contato com as nossas sombras e nossas fragilidades, até que algo inesperado acontece: nós as abraçamos e seguimos com elas. E percebemos o quanto a autenticidade pode resultar em conexão.

 

O processo de criação investigou memórias, abismos e recortes vivenciados pela atriz na sala de ensaio, por meio de improvisos gravados em áudio, que depois foram transcritos. “Um dos nossos maiores desafios foi fechar o texto, pois abrimos várias janelas durante a criação e produzimos um material imenso. ‘Auto Eus’ é uma costura de muitas histórias, e o ponto onde uma se conecta à outra foi nos surpreendendo. Permitimos que o projeto fosse ‘o que ele quisesse ser’ de modo orgânico”, define Adriana.

 

O cenário de Constanza de Córdova e Fernanda Mansur remete às paredes de uma casa que, a cada cena, ganham novos significados com projeções que trazem memórias, pensamentos e colagens. A Luz de Renato Machado revela as recordações da anti-heroína embalando a sua jornada. A trilha sonora traz canções que marcaram a trajetória da atriz-personagem e também a músicas de Daniel Lopes, compostas especialmente para o espetáculo.