“Bando!” propõe uma invenção nas relações entre mundos e nichos distintos. Como construir um bando em que cada integrante desse bando decide juntos seguir uma travessia, porém lidando com suas particularidades? Grupo, pacto, descarga, desejo, transformação, reinvenção, conflito, alívio, medos, instabilidade, confiança. É preciso reviver a coletividade, é preciso pausar a sua prática diária para intervir. Como isso é possível? Quantas cabeças são necessárias para que o bando surja potente?
Essas questões permearam o processo de criação da obra enquanto disparadores de reflexões, discussões entre os artistas envolvidos, que se configuram em jovens de 23 a 29 anos que encontram na dança e no Coletivo Desvelo esse espaço de liberdade, acalanto e cuidado, porém, onde a existência de conflitos é iminente.
Para embasar sua pesquisa, o Coletivo Desvelo buscou referências em obras literárias e grupos que tinham em suas narrativas a construção do que o Coletivo Desvelo compreende enquanto bando. Entres estas referências, o livro “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, onde o bando se organizava de maneiras específicas para garantir a sobrevivência de quem fazia parte; Dzi Croquettes – grupo de artistas multidisciplinares dos anos 70; e o artigo de Alexander R. Galloway, “Qual o Potencial de uma Rede”; entre outros materiais.
A partir destas pesquisas e estudos surge “Bando!”, um espaço de afetos que atravessam o sensível do acalanto à fúria dos conflitos. E se resolve nos laços das mãos. Potência criativa em transformação deste bando que busca regeneração e esperança em outras formas de experimentar o mundo.
Bando! é crescer junto, na parceria, no coletivo. É se estender às correntezas das águas e à corrente de vento. É ainda, pedir peso e destrinchar leveza. O igual que não é único. O diferente que não é novo. São danças particulares inspiradas nos grãos que podemos ser.