Oficina do Choro parte II, uma das atividades que integram o projeto O Choro é Livre!, realizado pela unidade nos meses de janeiro e fevereiro. Dando continuidade ao exposto na primeira apresentação, neste segundo encontro, Zé Barbeiro e Dinho Nogueira partem do grandioso Jacob do Bandolim, mostrando sua importância como compositor, intérprete, pesquisador e suas novas abordagens estruturais do choro.
Também serão apresentados outros nomes importantes, que foram os pioneiros a se desprender do tradicionalismo que Jacob e sua trupe tão bem representaram, caminhando para o chamado “choro contemporâneo”. Tocando, os músicos demonstram os principais elementos que diferenciam o tradicional do moderno no choro.
O choro é popularmente chamado de chorinho, um gênero de música popular e instrumental brasileira. Pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira, e ao longo dos anos se transformou em um dos gêneros mais prestigiados da música popular nacional, reconhecido em excelência e requinte.
Tem como origens estilísticas o lundu, ritmo de inspiração africana à base de percussão, com gêneros europeus. A composição instrumental dos primeiros grupos de choro era baseada na trinca: flauta, violão e cavaquinho – a esse núcleo inicial do choro também se chamava pau e corda, por serem de ébano as flautas usadas -, mas com o desenvolvimento do gênero, outros instrumentos de corda e sopro foram incorporados.
O choro é visto como o recurso do qual se utilizou o músico popular para executar, ao seu estilo, a música importada e consumida nos salões e bailes da alta sociedade do Império a partir da metade do século XIX. Sob o impulso criador e improvisado dos chorões, logo a música resultante perdeu as características dos seus países originários e adquiriu feições genuinamente brasileiras.
A improvisação é condição básica do bom chorão, termo ao qual passou a ser conhecido ao músico integrante do choro, bem como requer uma alta virtuosidade de seus intérpretes, cuja técnica de composição não deve dispensar o uso de modulações imprevistas e armadas com o propósito de desafiar e a capacidade ou o senso polifônico dos acompanhantes.