Mansão abrigou familiares de famoso arquiteto, mas hoje é museu dedicado a poesia.
Várias opções de rolês culturais se estendem pelos quase três quilômetros de extensão da Avenida Paulista. Uma delas é a Casa das Rosas, uma mansão centenária transformada em espaço cultural.
Assim como o Palacete Franco de Mello, é um dos pouquíssimos casarões que resistiram ao tempo na avenida, preservando lembranças de uma época em que a elite cafeeira ainda dominava a região.
Um projeto admirável
A mansão foi projetada no início da década de 1930 pelo arquiteto Felisberto Ranzini, que atuava no prestigiado escritório de Ramos de Azevedo, responsável por obras como a Pinacoteca do Estado, o Mercadão e o Theatro Municipal.
A construção foi finalizada em 1935, apresentando uma arquitetura principalmente inspirada no estilo clássico francês. Com 30 cômodos, quadras, um pomar e jardins, a propriedade cultivava lindas rosas, o que deu origem ao nome que o casarão recebeu posteriormente.
Tombamento e ressignificação
Após ser tombada pelo CONDEPHAAT, a construção precisou se adaptar à nova realidade da Avenida Paulista, que já estava se consolidando como um centro cultural e comercial.
Nesse contexto, a mansão funcionou como galeria de arte de 1991 a 2003. Após uma série de reformas, foi reaberta em 2004 com o nome de Espaço Haroldo de Campos, em homenagem ao poeta brasileiro que falecera no ano anterior.
Desde então, a renovada Casa das Rosas passou a atuar como um centro cultural, oferecendo cursos, oficinas, apresentações literárias e musicais, sarais, peças de teatro e exposições relacionadas à literatura. Além disso, abriga os 35 mil volumes que pertenciam à biblioteca de Haroldo de Campos, os quais foram doados ao estado após sua morte.
A Casa das Rosas recebe cerca de 190 mil visitantes anualmente. Que tal programar uma visitinha?