
De tanta leitura que fazia, passando noites em claro e dias escuros, dormindo pouco, Dom Quixote acabou perdendo o juízo. Encheu-se de fantasias e reuniu em sua mente imaginações de um cavaleiro andante: desafios batalhas, amores, tormentas e disparates impossíveis. Dom Quixote usa a fantasia de herói para buscar batalhas, enquanto Sancho Pança, seu fiel escudeiro, que nada mais é do que um criador de porcos, tenta trazê-lo de volta à realidade. A história é engraçada, com aventuras e supostas lições de moral. Quixote teria sido um herói a mais nas crônicas ou romances de cavalaria cem anos antes de sua existência. Sua loucura está fora de seu tempo. Isso permitiu que o autor Miguel de Cervantes fizesse uma sátira de sua época usando a figura de um cavaleiro medieval em plena Idade Moderna para retratar uma Espanha que, após um século de glórias, começa a duvidar de si mesma. José Paulo Rosa, diretor geral do grupo RIA, confiou a direção do espetáculo ao promissor diretor Zé Alberto Martins, que, com maestria e juventude, adicionou um tom romântico e dois músicos ao vivo à produção.
