Quatro pessoas caracterizadas como apicultores esperam, ao redor de uma mesa, que algo extraordinário aconteça. Interpretadas por Giulia Tateishi, Karen Nashiro, Renato Mescoki e Veronica Piccini, as personagens, aos poucos, devido ao longo período de expectativa, acabam subvertendo a ordem das coisas e dos objetos cotidianos em um fluxo de acontecimentos peculiares.
Enxame discute conceitos de identidade e individualidade na sociedade a partir da compreensão da forma de organização de outros indivíduos vivos, neste caso, baseando-se no modo de vida das abelhas e na figura do apicultor. “Quem somos dentro da massa?” e “qual a minha individualidade dentro do coletivo?” são os principais questionamentos que permeiam a narrativa da apresentação, repleta de técnicas tradicionais do circo como mesa de dândis (sobre a qual uma dupla de artistas executa movimentos acrobáticos em sentidos opostos um em relação ao outro), malabarismo, paradas-de-mão, equilíbrios, acrobacias de solo e palhaçaria.
O espetáculo é resultado da pesquisa do Circo Enxame para desenvolver o fazer circense através da interdisciplinaridade, criando números e cenas que unam distintos artistas e técnicas, em uma trama trabalhada teatral, coreográfica e dramaturgicamente.