Para atender a inúmeros pedidos, o espetáculo do Coral da UFC e Orquestra Sonial: d’Água volta em curta temporada – apenas dois finais de semana. A reestreia está marcada para o próximo dia 4 de abril, quinta-feira, às 20 horas, no Teatro Dragão do Mar. Com o patrocínio da Cagece por incentivo da Lei Rouanet, contemplará mais 400 estudantes de escolas públicas com ingressos gratuitos nas oito sessões que compõem esta temporada. Fortaleza terá a última oportunidade de ver este espetáculo que enche os olhos e o palco de água. São mais de cinco mil litros d´água que toma toda a dimensão da cena, com um cenário grandioso.
As 31 vozes do coral acompanhadas pelos 14 instrumentistas da Orquestra Sonial, ambos projetos de extensão da Universidade Federal do Ceará, promovem um momento de fantasia e som emocionando as plateias que lotaram as 21 apresentações entre novembro e dezembro do ano passado. O D’Água tem produção e direção geral do professor e regente Erwin Schrader, à frente deste esperáculo há mais de dois anos. Conta ainda com a condução cuidadosa dos professores Gerardo Viana Jr. e Jaderson Teixeira.
Schrader comemora o sucesso da primeira temporada por uma iniciativa pública ter conseguido produzir um espetáculo de grande porte, com muitos elementos em cena, inédito para a cidade. Festeja ainda a boa aceitação do público – a ponto de voltarem agora à cena – o que atribui à sonoridade e à beleza do espetáculo. “A água compõe a estética formando, com o som e as luzes, imagens inesquecíveis. Constrói uma paisagem sonora e visual recheada de novidades, principalmente porque a água que toma todo o palco foi utilizada como elemento vivo e imprescidível na composição da cena, tanto estética quanto musical”, explica.
Como se fez costume afirmar a cada fim de apresentação, o espetáculo de formação e extensão é também uma prestação de contas da universidade pública à sociedade. Não só pela gradiosidade da obra, mas porque todos os detalhes foram feitos pelos próprios professores, alunos e ex-alunos que compõe o corpo artístico. Todos os arranjos foram feitos pelo próprios professores e musicistas que são, em sua maioria, estudantes do curso de Música da instituição, assim como toda a estrutura do palco, cenário, figurinos foram produzidos pelos estudantes de arquitetura, engenharia, moda etc. O repertório traz músicas que valorizam a beleza e a tradição do cancioneiro do Brasil. Há momentos de magia e intimismo, outros, de alegria e festa. Envolve neste espaço cênico muita água e som, com 45 pessoas em cena misturando música, dança e teatro, que são linguagens artísticas desenvolvidos na UFC.
Enredo
A água une pessoas, mas água demais é enchente, afoga e mata, enquanto água de menos é pedra, seca, e também é morte. A história se passa na Sociedade da Água, um universo mágico de uma aldeia erigida em torno de uma cachoeira e de lendas milenares, quando as pessoas que lá vivem aprendem sobre a importância do afeto e do amor. A lenda mais cultuada trata de três moças responsáveis pela mágica de brotar e purificar a água. Apesar do dom que possuíam, a vida delas foi triste. São tratadas como divindades porque morreram por falta de afeto e tamanha tristeza arrastou-as pelo rio durante a enchente. Com elas, esvaiu-se a prosperidade do lugar. A água secou e sobrou um rio de pedras. O vazio. “Foram-se para nunca mais”.