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Jaz

Postado por Redação Instituto Pinheiro em 26/09/2019 - 11:14:15

 

Em estrutura poética e com um forte apelo ao ritmo jazzístico do seu discurso, uma mulher conta que Jaz acaba de ser estuprada. A peça discute a violência em um modelo de sociedade que historicamente subjuga a mulher; não por acaso Jaz apelida o estuprador como “inquisidor” e “homem com o olhar de cristo”. As referências são, respectivamente, os tempos de perseguição às mulheres – conhecidos como o de ‘caça às bruxas’ – e o fundamentalismo religioso que enclausura a mulher em modelos morais. O nome Jaz dá vazão a interpretações múltiplas, como o gênero musical do jazz, fundamental na obra de Koffi, a planta jasmim e o verbo ‘jazer’, usado com frequência para falar sobre um desejo de descanso para quem morre.

 

“A narrativa não é linear e o público vai captando aos poucos os detalhes sobre a situação contada por essa mulher”, diz Sofia. Além da atriz, está em cena um videomaker (Flavio Barollo) e uma cantora (Ligiana Costa). O videomaker acompanha a mulher o tempo inteiro, propondo com sua câmera um comportamento masculino que aprisiona, possui e recorta os ângulos que deseja obter; já a cantora cria camadas sonoras com sons que se alternam entre cantos, ruídos, respirações e outros recursos que movimentam a cena. O cenário faz alusão a um canteiro de obras. “É um lugar precário que representa tanto o lugar onde Jaz mora como o banheiro público em que ela é estuprada”, conta Sofia. A artista complementa que ela e a diretora Joana Dória optaram por ambientar a cena em um espaço não realista que também tem uma dimensão simbólica, o espaço do trauma.

 

“Jaz assume traços surrealistas, com um texto em espiral vai oferecendo pistas sobre o que está ocorrendo aos poucos”, ressalta Sofia, destacando que essas características exigiram que, após cada etapa da tradução, a artista promovesse leituras dramáticas para entender se havia coesão entre o texto escrito e o texto falado, com os sentidos e ritmos propostos pelo original de Koffi.

 

Sextas e sábados, 21h30. Domingos e feriados, 18h30

Data: //04/10/2019 até //20/10/2019
Horário: Confira na descrição
Quando: sexta á domingo
Valor: R$ 30,00
Site/E-mail: www.sescsp.org.br
Fonte: Assessoria de Imprensa - Canal Aberto
Local: Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 - Quarta Parada
Telefone: (11) 2076-9700

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